segunda-feira, 20 de junho de 2011

E você, sabe a diferença entre 15 centímetros e 1,5 metro?

E você, sabe a diferença entre 15 centímetros e 1,5 metro?



Fina educativa
Fina educativa

Existem duas falácias que costumo ouvir sobre o artigo 201 do Código de Trânsito e a aplicação de multas. O Artigo 201 diz que, ao ultrapassar uma bicicleta, o motorista deve reduzir a velocidade e manter distância mínima de 1,5 metro do ciclista. O desrespeito a essa lei pode, facilmente, levar à morte do ciclista. Se você acompanha minimamente o assunto, já deve ter ouvido, ao menos, uma delas. Resolvi escrever esse post pois encontrei AMBAS em um mesmo artigo do UOL Notícias. Primeiro, um pouco de contexto.

Das 6,9 milhões de multas emitidas em São Paulo em 2010, 82% se enquadravam em 5 tipos: rodízio, excesso de velocidade, estacionamento proibido, telefone celular e avanço de semáforo vermelho.  Nesse contexto, só 3 motoristas foram autuados sob o artigo 201. Além das razões falaciosas de que vou tratar já já, outro motivo fica claro: 62% das multas são dadas por equipamentos eletrônicos.
Mas vamos às duas justificativas. A primeira desculpa é dada pela CET, na matéria do UOL:
Em nota, a CET afirmou que a fiscalização ao artigo 201 “é prejudicada pela dificuldade de se verificar a distância mínima de 1,5 metro entre veículos motorizados e bicicleta”. Por conta disso, diz o órgão, “o volume de multas dessa infração é baixo”.
Leitor, faça-me um favor. Estique seu braço. Dependendo da sua altura, a medida será entre 60 e 80 centímetros. Agora imagine que existe outro braço na ponta do seu, com a mesma medida. A não ser que você seja uma pessoa bem alta, é provável que os dois braços juntos não cheguem a 1,5 metro. Ou seja, só de olhar para o ciclista dá pra sacar se o veículo está passando a uma distância menor do que a proposta: basta imaginar que ele está de braços abertos. Por sinal, é o que eu sempre levo em conta. Se eu conseguir tocar num carro, ele está perto demais.
Foi o que aconteceu ontem comigo, quando um motorista cruzou 3 faixas para fazer uma conversão à direita e me fechou. Mas, como já tenho alguma experiência, pude prever o movimento e me resguardar – não sem antes dar um tapa no porta-malas, para que ele entendesse quão perto passou.
Pode parecer arbitrário, mas 1,5 metros não é um número qualquer. Todos nós temos a capacidade de avaliar objetos e imaginar o tamanho que eles têm. Você, com certeza, sabe a diferença entre algo que está ao alcance das suas mãos (60 a 80 centímetros) e algo que não está. Um metro e meio é uma medida que facilita a autuação. E nenhum ciclista pede que sejam multados os carros que passem a 1,38 metros. Mas aqueles que tiram as finas educativas, ou passem a menos de 1 metro. A imagem deste post é bem clara: você acha que o motorista está ou não passando a 1,5 metro do ciclista?
Quanto à segunda desculpa, quem explica é Capitão Paulo Oliveira, em nome Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) da Polícia Militar, na mesma matéria do UOL:
“A estrutura da maioria das vias não permite que os veículos mantenham a distância de 1,5 metro da bicicleta. Devido à falta de espaço, restringe-se a a aplicação de reprimenda administrativa”

Chega a ser risível esse motivo. Se a estrutura da via não permite que a bicicleta seja ultrapassada com segurança, ela não deve ser ultrapassada. Simples assim. Esqueçamos que estamos falando de uma bicicleta por um instante. Se fosse um automóvel na sua frente, você não o ultrapassaria, porque ele está na sua frente, ocupando a faixa. A bike ocupa a faixa, e tem direito a estar lá tanto quanto o automóvel. Aí você pode argumentar que a bicicleta é muito lenta, numa subida, por exemplo. Então imagine que é um caminhão que está subindo, e ele está carregado. Você não vai passar por ele sem segurança. Mas, como falamos de uma bike, um veículo frágil, em última instância, basta jogar o carro pra cima, que o ciclista desvia, não é?
É por isso que os ciclistas experientes costumam pedalar longe da guia, e mais próximos ao meio da pista de rolagem. Dessa forma, obrigam o motorista a trocar de pista para ultrapassá-lo, garantindo uma segurança maior, ao mesmo tempo que resguardam um espaço para uma fuga emergencial. Se você está quase na guia, e um veículo tira uma fina, você vai bater no meio fio e cair. Se tiver um buraco na sua frente, você não tem pra onde desviar.
Faz bastante tempo que eu ouço esses pseudomotivos para a CET não multar. Acho que está claro, nesse post, que são apenas desculpas. O ponto principal, no entanto, é outro: mais do que uma questão de respeitar a legislação, o importante é respeitar a vida. Não importa a distância exata, o número, a régua. Importa ultrapassar sempre com segurança. Importa lembrar sempre que a bicicleta não é um brinquedo, não é um obstáculo. É um veículo e leva, antes de qualquer coisa, uma vida. Simples, não?

fonte: www.nossoquintal.org

sábado, 4 de junho de 2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sprintando para a Vitória


Chegadas em Sprint são extremamente bonitas e emocionantes. Porém, também são perigosas e difíceis. Para participar de chegadas, são necessárias várias habilidades e conhecimentos que vêm com muito treino e dedicação.
A seguir algumas dicas simples para que você melhore seu sprint e tenha melhores resultados em treinos e corridas.

Giro, muito giro
Em um sprint, você tem que ter muita técnica na pedalada e MUITO giro. Não adianta nada usar um 53/12 ou 53/11, se você não consegue girar a 140/150 RPM. É melhor sprintar mais leve e manter esse giro por mais tempo, do que andar 50m de 53/11 e depois não ter mais agilidade e força para manter a velocidade.
Sendo assim, é importante fazer treinos de sprints com marchas leves, ou mesmo na coroa menor. 

Explosão
O Sprint não é um Balé, tampouco um movimento engessado. Sua utilidade é o aumento brusco de velocidade para surpreender oponentes numa tentativa de fuga ou superar os oponentes numa chegada, nesse caso num esforço absurdamente máximo! Procure buscar ganhos de 10 a 20 km/h num Sprint e você surpreenderá o  pelotão!
Outra característica é o comprimento do Sprint que vai variar da resistência para manter um esforço máximo por mais metros e/ou pedaladas. Procure nos seus treinos alongar os Sprints.
Treine bastante
O ciclismo é um esporte que requer uma dedicação muito grande se seu objetivo é andar bem. Por isso para melhorar o sprint, não é diferente, deve-se treinar muito. Faça bastante chegadas durante seus treinos, desafie amigos, sempre mude os locais e tipos de chegadas. Em muitas chegadas, ganha o mais esperto e nem sempre o mais forte. Treine chegadas após fazer curvas, retornos, saindo mais devagar, arrancando na frente de seus oponentes, atrás, enfim, variando o máximo possível, para que você esteja sempre condicionado para qualquer tipo de situação.
Também é bom treinar chegadas em duplas ou trios, marcar um ponto a dois ou três quilômetros para que vocês aprendam como se portar em chegadas mais nervosas, como por exemplo, se um cara atacar faltando 1,5KM para a chegada, o que você ou seus companheiros farão naquela situação? Como será sua comunicação com a sua equipe? Qual será a sua reação? É importante, se condicionar a pensar rápido e ganhar autoconfiança. Procure fazer treinos de chegadas com pessoas que tem características diferentes das suas, ou seja, se você tem uma chegada curta, treine mais com pessoas que tenham chegadas longas e vice-versa.

Alguns cuidados importantes
É MUITO IMPORTANTE SEMPRE OLHAR PARA FRENTE E SEGURAR O GUIDÃO. Muitos ciclistas olham para baixo enquanto sprintam. Chegada não é brincadeira, podem ser extremamente perigosas e podem causar acidentes graves. Se estiver em um pelotão, segure bem no guidão e fique bem atento.
Mantenha sempre a linha reta na chegada, afinal se em uma prova você ziguezaguear, será desclassificado. Então, durante o sprint, mantenha uma linha reta para não derrubar ninguém, afinal a velocidade normalmente já esta alta e podem acreditar, corremos risco de morte. Caso você esteja embalando, tome o cuidado de sair da frente de seu velocista, não faça movimentos bruscos, na maioria das vezes, nem é preciso sair da frente, o próprio velocista sai de trás do seu embalador, e faz sua chegada tranquilamente.

Importância do Sprint  no Treinamento
O Sprint é uma oportunidade de experimentar o esforço máximo. O atleta que é sistematicamente submetido a esse tipode esforço tem o seu VO2Máx aumentado, incrementando tanto a resistência aeróbica como os mecanismos energéticos intracelulares. Aumenta a resistência geral, a resistência localizada e a resistências aos efeitos do ácido láctico. Converse com seu treinador!

Reconhecendo um Sprinter
Os sprinters são atletas que pela sua composição física têm mais facilidade para desenvolver velocidades máximas e potências elevadas, características essenciais para o destaque nessa competência:
* Grandes massas musculares - geradoras de grandes volumes de potência e predominância de fibras de força;
* Alavancas pequenas - membros menores despendem menos energia logo, mais eficiência;
então analisando os extremos, um baixinho atarracado tem, em tese, maior facilidade para o Sprint que um magrelo alto. Não esqueça que a excelência proveniente de muito treino poderá superar as predisposições físicas e genéticas.

Grandes Sprinters: Mario Cippolini, Eric Zabel, Tom Boonem, Oscar Freire, Alessandro Petachi, Andre Greipel, Mark Cavendish, Tyler Farrar, o brasileiro Murilo Fischer e o atual campeão mundial Thor Hushovd


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Relembrar é viver!

Relembrando a belíssima Vitória de Murilo Fischer em Maiorca

Algumas regras de conduta em um pelotão de ciclismo


  • Olhe para ver quem vem atrás. Não freie, vire ou acelere bruscamente nem deixe a bicicleta correr para trás ao ficar em pé sobre ela.
  • Para diminuir o ritmo, não freie. Pare de pedalar e procure ir para as bordas para aumentar sua exposição ao vento.
  • Não mude repentinamente de faixa.
  • Vá para as bordas ou para o fundo do pelotão para se alimentar ou beber água.
  • Em caso de problemas mecânicos, levante a mão e se afaste-se lentamente do pelotão.
  • Não deixe a sua roda dianteira ultrapassar a roda traseira do ciclista à frente. Caso ele precise desviar rapidamente, pode derrubar você.
  • Em dias de chuva, mantenha o aro da roda livre de água, óleo e areia encostando a sapata de freio levemente sobre o aro.
  • O revezamentos acontecem com aberturas pelo lado direito, e a ultrapassagem é feita pelo lado esquerdo. Não espere  sua velocidade cair para dar a vez; Em treinos é importante lembrar que as ultrapassagens respeitam a ordem de circulação de vias, ultrapassagens pela esquerda e abrir passagem pela direita.
  • Ao puxar o pelotão procure respeitar o ritmo (olho constante no ciclocomputador). Nas pequenas descidas, é comum a velocidade aumentar, mas faça isso gradualmente para não abrir demais o grupo. Não pare de pedalar a menos que vá acontecer alguma mudança de ritmo ou direção.
  • Uma boa distância entre sua roda dianteira e a roda traseira do ciclista da frente é entre 25 e 50cm. 25cm é a distância mínima de segurança para uma rápida reação a um possível movimento brusco do ciclista “que está puxando”, e 50cm é o normalmente o limite máximo para o “vácuo” eficiente.
  • É muito importante que o ciclista da frente alerte os demais sobre buracos ou materiais que estejam interrompendo a pista, sempre usando sinais simples de mão. Evitar ficar falando cada acontecimento na estrada. A linguagem falada deve ser um último recurso, para não perder a eficiência.
A finalidade para que todos andem juntos em pelotão, encaixados, roda atrás de roda, é diminuir a resistência do ar. Se o ditado diz que a união faz a força, em um pelotão essa integração pode reduzir em cerca de 40% o esforço físico de quem pedala atrás do companheiro.
E não existe nada pior para um ciclista do que não conseguir acompanhar o ritmo do pelotão e se ver desgarrado de seus pares. Com algum treinamento e conselhos úteis, no entanto, é possível aprender, melhorar seu desempenho e até liderar um pelotão inteiro por muito mais tempo.
Mas, como toda convivência em grupos há regras, pedalar em pelotão exige habilidade, treinamento e experiência.
Muitos ciclistas não têm a menor noção de regras de conduta dentro de um pelotão. Na Europa, andar em grupo é muito comum, mas, no Brasil, como o esporte ainda é praticado por poucos, falta orientação e até mesmo educação coletiva aos ciclistas.
Quando se pedala a mais de 30 km/h a poucos centímetros de distância uns dos outros, qualquer vacilo pode ocasionar o efeito dominó, cujas conseqüências vão de perda de equilíbrio a quedas coletivas.

Para encarar um pedal no pelotão é imprescindível saber manter-se alinhado ao pedalar uma bicicleta, isto é, guiá-la em linha reta. Muitos iniciantes balançam a bicicleta ao pegarem água ou ao olharem para o lado e para trás, por exemplo.
Se este for o seu caso, use a faixa de trânsito como guia e tente pedalar paralelamente a ela sem desalinhar a bicicleta. Mude de marchas, simule sprints, pedale de pé sempre mantendo a linha. O próximo passo é alcançar a caramanhola e olhar para o lado e para trás sem balançar a bicicleta.

Nas suas primeiras incursões coletivas, posicione-se entre os últimos do grupo. Assim, se você se assustar e balançar a bicicleta, não atrapalhará seus vizinhos. Aliás, quando estiver na rabeira do pelotão, não se assuste se não conseguir enxergar para onde está pedalando – o que é perfeitamente normal. Tudo o que ouvirá é o som da mudança de marchas e da corrente. Reconhecer as mudanças de marchas e acompanhá-las pode ser muito útil para manter-se na roda. Apesar da facilidade do vácuo, o iniciante sempre terá dificuldades nos aclives, onde deverá se esforçar um pouco mais, temporariamente. Conhecer a via que pedala aumenta muito a segurança, sozinho ou em grupo.

Finalmente, se você escapuliu, ou seja perdeu a roda, esforce-se para pegar seu pelotão nas descidas ou planos, ou sinalize que não vai acompanhar mais o grupo. Muitas vezes o grupo diminui a velocidade para esperar, mas o ciclista lá atrás não retribui o carinho do pelotão, atrapalhando o treino dos demais.
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