domingo, 23 de outubro de 2011

O melhor conselho que eu já recebi no Ciclismo


O melhor conselho que eu já recebi no Ciclismo
Pedimos a alguns dos mais experientes ciclistas profissionais do mundo pelo mais importante conselho que receberam durante suas carreiras, que fez a maior diferença ao conduzirem suas bicicletas.

Andy Hampsten, Vencedor do Giro d'Italia em 1988
"Envolva seus polegares em torno de seu guidão Até mesmo alguns profissionais põem os seus polegares ao lado de seus dedos em cima da barra quando não estão correndo pra valer Mas os acidentes parecem acontecer com mais freqüência quando as pessoas estão relaxadas do que durante os momentos intensos de uma pedalada Use o seu polegar como um gancho, e você terá uma melhor chance de manter o controle durante acidentes estúpidos. "
 
Chris Baldwin, Campeão Americano de Contra-relógio em 2003 e 2005
"Quando eu tinha 13 anos, o meu patrão em uma loja de de bicicletas me disse que quando ele estava correndo, a sua parte superior do corpo estava tão relaxada que o lábio inferior poderia sacudir com a vibração da estrada. Até hoje, quando eu corro contra-relógio ou escalo eu relaxo o meu rosto e meu corpo tende a seguir. "

Dave Zabriskie, 6 vezes Campeão Americano de Contra-relógio e 2 vezes vencedor de Estágio do  Tour de France
"Frank McCormack me mostrou como secar minhas roupas. Ele colocou uma toalha seca, então ele colocou a roupa molhada sobre a toalha depois que ele lavou. Enrolou a toalha para cima, então pisou sobre ela, e finalmente apertou-a tão difícil quanto podia. Depois disso, você tem que pendurar suas roupas por apenas um pouco mais anté que estejam secas. "


Kimberly Bruckner, 4 vezes Campeã Americana de Contra-relógio e Medalhista de Ouro no contra-relógio no Pan de 2003
"Sempre usar luvas. Eu tinha um companheiro que nunca fez, e suas mãos pareciam que tinham 80 anos de idade. Se eu me esquecer as luvas, eu não posso iniciar uma corrida até encontrar um par extra. É justamente a minha questão. "

Christian Vande Velde, Top 10 no Tour de France de 2008 e 2009
"Lembre-se que todos os outros corredores são humanos Eles treinam, eles sofrem, eles sangram, choram. Eu obtive esse conselho do meu pai - eu tive o luxo de ser o filho de um ex-ciclista profissional - quando eu era um assustado e intimidado Juvenil, correndo contra garotos da Califórnia, Flórida e Nova York, e vendo placas de pessoas de 2.000 milhas de distância. "

Freddie Rodriguez, 3 vezes Campeão Americano
"Acredite. Meu pai correu nos anos 50, e cresceu na Colômbia, onde eles usaram este material para a energia chamada panela. É como açúcar mascavo que foi aquecido. Ele me disse que eu tinha que usar o material. É só açúcar mascavo , mas eu acreditava, "é isso," então realmente funcionava. Acreditar em algo e ficar com ela. "
  
Christine Thorburn, Campeã Americana de Contra-relógio em 2004
"Planejar com antecedência para mudanças de marchas em subidas. Se você colocar toneladas de pressão sobre os pedais, quando você muda, você pode ficar preso em uma engrenagem ou cair sua corrente."


Tim Johnson, 3 vezes Campeão Americano de Ciclocross
"Foi-me dito por um amigo muito próximo, muito mais velho do que eu, para ouvir a todos e não acreditar em ninguém -. O que basicamente significa que você tem que descobrir as coisas por si mesmo"
  
Ivan Basso, Vencedor do Giro di Italia em 2006 e 2009
"Comer cedo, dormir cedo. Não comer comida ruim."

Bjarne Riis, Vencedor do Tour de France em 1996, Proprietário da Saxo-Bank/Sungaard
“Sofra. Se sacrifique.”

Jens Voigt, Vencedor de 3 Estágios no Tour de France
"Eddy Merckx disse: 'Ataque quando dói porque você sabe que vai fugir.' Eu apenas tento continuar fazendo isso. "
 
Frankie Andreu, concluiu 9 vezes o Tour de France
"Tire uma soneca todos os dias. É a parte mais importante do treinamento. Eu cochilava todos os dias. Ele fez a diferença em cada sessão de treinamento."

Mari Holden, Campeã Mundial de Contra-relógio em 2000  e Medalhista de Prata nas Olimpíadas  de Sydney 2000
"Eu acho que o conselho mais importante que recebi foi mais como uma diretriz de meus pais, e que era para usar o meu capacete. Eu era um rebelde naquela época e seria capaz de escondê-lo nos arbustos fora da minha casa, mas como o passar dos anos eu comecei a usar meu capacete o tempo todo, e agora eu me sinto nua sem ele. tive alguns acidentes muito sérios ao longo dos anos e sempre fui grata por estar usando o meu capacete. "



Fonte: www.bicycling.com

Palavras de Sabedoria – por Chris Carmichael


Palavras de Sabedoria – por Chris Carmichael


"Você não pode ganhar se você não Sprintar"
Meu primeiro treinador me disse isso quando eu tinha nove anos de idade. Eu virei a curva final do circuito em uma boa posição para ganhar, mas em vez de sprintar segui na roda dos outros corredores e terminei em terceiro.
Colocando em prática:
Seu salto inicial é fundamental para ganhar um sprint. Se você começar em um pinhão muito grande, vai demorar mais tempo para chegar até a velocidade máxima. Começar em uma engrenagem um pouco mais fácil para que você possa acelerar rapidamente, em seguida, mudar para engrenagens maiores para te impuylsionar para a linha de chegada.

."Nunca esqueça o Homen que está por trás do Atleta"
Esta afirmação é de Edmund Burke, PhD, o fisiologista do exercício de renome. Ele sabia que, concentrando-se unicamente na ciência do esporte, você perde contato com uma parte vital do desempenho: a paixão. Atualmente eu vejo ciclistas que não podem desfrutar de um passeio que não gera números e que têm dificuldade para medir o seu esforço, sem um dispositivo.

Colocando em prática:
Pelo menos uma vez a cada 2 meses, faça um pedal longo com os amigos que não envolva uma taxa de inscrição, um número de corrida, ou um monitor de freqüência cardíaca.

"Separe Nutrição De Hidratação"
Bebidas esportivas geralmente fornecem tanto calorias para energia como eletrólitos (principalmente sódio) que ajudam a equilibrar controle de fluidos. Mas, como Brian Vaughan, CEO da Gu, uma vez me explicou, no momento em que você ingeriu o suficiente para satisfazer as suas necessidades de hidratação, você pode ter tomado mais calorias do que você precisa ou pode digerir. Por outro lado, se você beber apenas o suficiente para satisfazer as necessidades calóricas, você pode não ter ingerido líquido suficiente.

Colocando em prática:
Para hidratação, goles de água ou um repositor eletrolítico (normalmente menos calórica do que uma bebida esportiva);para o estoque energético, conte com comida ou bebida esportiva. Tomar 500 a 700mg de sódio de alimentos e bebidas por litro de líquido.




fonte: http://www.bicycling.com/training-nutrition/chris-carmichael/words-wisdom?cm_mmc=Twitter-_-Bicycling-_-Content-Story-_-words-wisdom

sábado, 15 de outubro de 2011

Caçafoicice crônica

Caçafoicice crônica



Caçafoice é aquele sujeito que, por inexperiência, imprudência ou falta de talento, vive se expondo a perigo em cima de uma bicicleta: ignora as leis do trânsito, perde o equilíbrio quando vai beber água, não sinaliza seus movimentos, não respeita veículo ou pedestre, cai sozinho. Está, enfim, a todo instante, pedindo para ser levado pela Foiçuda — daí o nome.
É fácil reconhecer o caçafoice. Ele não usa capacete (ou o usa alto demais na cabeça), anda na contramão, pedala desavisadamente em lugares pouco recomendáveis, não dá a devida manutenção na bicicleta, xinga o motorista do carro quando se assusta. O caçafoice quase sempre começou a pedalar anteontem, mas gosta de aconselhar, dar explicações, contar histórias, demonstrar conhecimento.
Por falta ou por excesso, o caçafoice sempre peca. Ou está rindo muito, sinal de deslumbramento ou nervosismo, ou fazendo cara de mau, sinal de auto-afirmação — nunca está apenas tranqüilo. Ou não leva água e comida suficientes, passando sede, passando fome ou incomodando os demais com pedidos, ou leva uma imensa mochila com provisões para uma semana, quando uma banana ou uma barrinha de cereal teriam bastado.
Quando em grupo, o caçafoice prefere andar bem na frente ou bem atrás, nunca simplesmente no meio. Bem na frente vai o caçafoice bobo, iludido, querendo comunicar a todos que está forte e bem preparado, e que poderia estar andando mais rápido, não fosse o grupo; bem atrás vai o caçafoice consciente, evitando trair sua condição com barbeiragens involuntárias no meio do pelotão. Os do primeiro tipo, porém, costumam terminar os treinos com os do segundo tipo, porque se desgastam demais no começo, e sua pilha acaba.
A mulher do caçafoice sabe que seu marido não é um talento nato, pois há muitos indícios dentro de casa. O banho do caçafoice é demorado, porque ele chega em casa com uma corrente de graxa tatuada na panturrilha direita. Se houve algum furo de pneu, estarão imundas suas mãos e onde mais tenham elas encostado: testa, braços, pescoço, orelhas. O marido caçafoice gasta muito dinheiro na loja de bicicletas, mas raramente é para trocar seu equipamento por outro superior; normalmente, gasta-o com bugingangas — espelhinhos, faroletes, bolsinhas, cadeados, buzinas, garrafas térmicas, garrafas com canudos — ou com serviços muito simples que poderia ele próprio fazer. A mulher do caçafoice cuida do marido quando ele se rasga, se arranha ou se queixa de dores estranhas, mas evita pedir muitos detalhes — ela sabe que a culpa nunca foi dele.
Hoje conheci um belo espécime. Caça legítimo. Eu estava voltando do treino, às 7h da manhã, fazendo o trajeto da Estrada das Canoas à Mesa do Imperador, quando avistei o sujeito empurrando uma bela mountain bikede carbono. Parei, ofereci ajuda. Ele me pediu uma bomba, seu pneu traseiro estava arriado. Perguntei se não preferia trocá-lo, se ele tinha câmara-de-ar. Disse-me que tinha câmara, sim, mas que preferia apenas enchê-lo um pouco, o bastante para chegar em casa. Se precisasse, tornaria a enchê-lo em algum posto de gasolina, na rua Jardim Botânico.
Feito, agradeceu e saiu em disparada. Guardei a bomba, continuei, e logo estava novamente a seu lado. “Não é contra o relógio, é contra o vazamento de ar”, ele justificou, com esse trocadilho infame, nosso reencontro. Seu pneu estava novamente baixo. Sugeri que parássemos na Vista Chinesa para trocá-lo de uma vez. “Mas você tem a habilidade?” — perguntou. “Tenho”, respondi, “mas você tem câmara, né?” Ele tinha.
Paramos na Vista. O Rio de Janeiro, lá embaixo, estava sensacional. Não deve ter sido difícil escolher a sede das Olimpíadas de 2016. Difícil foi soltar o pneu da roda do caça. Acho que ele nunca tinha trocado aquele pneu na vida. Havia uma espécie de cola, uma gosma maligna dentro do pneu, grudando o pneu no aro, a câmara no pneu, a fita na câmara. Que lenha! Ele explicou que aquilo era um produto que ele costumava usar num outro pneu, do tipo sem câmara, mas que acabou usando naquele ali também. Com apenas uma espátula (a que eu tinha, mais do que suficiente para os pneus da minha speed), foi tarefa complicada.
Quis ser didático, e ele parecia interessado. Expliquei que devemos encher ligeiramente a câmara nova, antes de colocá-la no pneu, para evitar que ela dobre. Fiz o que disse, mas reparei que o ar escapava da nova câmara, mesmo com o pino devidamente fechado. Localizei o furo. Os furos. A câmara “nova” tinha dois belos furinhos, e seria impossível enchê-la. Como ele não tinha outra, sugeri que colocássemos de volta a câmara velha, que estava, por assim dizer, menos furada. Pelo menos poderíamos enchê-la de quando em quando, até chegar à civilização.
O pino da câmara velha, porém, enferrujado e ressecado, se partiu ao menor contato com a bomba. Restavam duas possibilidades. Uma: usar a minha câmara, para pneus maiores que os dele (aro 700 contra aro 26). A outra: estratégia MacGyver, enchermos o pneu de mato.
Vinham chegando ao local, no entanto, dois outros mountain bikers. Sugeri ao caça do pneu furado que tentasse desenrolar com eles, que lhes perguntasse se lhe venderiam uma câmara pelo preço justo de, sei lá, dez, quinze reais. O caça não tinha dinheiro — era um caça imprevidente! O que fiz foi pedir, eu mesmo, uma câmara em doação. Um dos mountain bikers disse que tinha quatro câmaras (que exagero! Um caça do outro tipo!) e que não se importaria em nos ceder uma. Nesse meio tempo, porém, o caça original tinha conseguido encher a câmara antiga, a do pino quebrado, e ela parecia estar esvaziando muito lentamente, mesmo com furo e sem pino. Vendo isto, ele recusou a câmara do mountain biker e disse que colocássemos aquela mesma. Fiz o que ele pediu. Então, surtado, saiu em disparada.
Fiquei um tempo na Vista, conversando com os dois mountain bikers e com outras pessoas que lá chegaram. O assunto era justamente a beleza do dia e da cidade, e a facilidade da escolha para 2016. Na despedida, um deles falou: “Aposto que o outro está lá pela cachoeira com o pneu vazio de novo. Devia ter aceitado a câmara.”
Não deu outra. Na cachoeira, bem no meio da descida, ele empurrava a bicicleta. Encostei novamente e emprestei-lhe a bomba — na verdade enchi para ele o pneu, pois ele estava com “lombalgia”. E repetiu-se a cena duas ou três vezes até que chegamos à rua Jardim Botânico.

Agora, ele estava seguro. E, seguro, estava feliz. Não há nada como um caçafoice feliz! E que fez ele então? Claro, saiu em disparada.
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Texto postado originalmente no blog:http://www.cronicasdebicicleta.com por Vinícius de Sá.

Omega Videolog 01



Rodrigo Baratão e suas impressões ao 1/2 treino na ES-080 Cariacica x Sta Leopoldina (incompleto)...



domingo, 9 de outubro de 2011

A maioria dos ciclistas são perdedores.

O título é controverso, mas é a pura verdade e se aplica a todos os esportes.
tradução do blog de Gerard Vroomen, da Cervelo Bikes

Sobre táticas em corridas de ciclismo e o Campenato Mundial 2011 

A maioria dos ciclistas são perdedores.
99,5% a ser pseudo-científica.  

200 pilotos alinham para a largada, 199 perdem. Se você tiver sorte, seu companheiro de equipe ganha e você se sente como um vencedor também, deixando apenas 191 perdedores. Ainda assim, isso não é um bom percentual.



Mas pode piorar. O trajeto tem certas características. Muitas vezes essas características atendem um determinado tipo de corredor, e muitas vezes você não é desse tipo. Agora suas chances de escapar da “cidade dos perdedores” tornam-se ínfimas. Em outras palavras, você sabe que se esta corrida segue o padrão "script corrida de bicicleta", você vai ser nada mais do que um participante.



Qual é a conclusão lógica? Na minha opinião, poderia haver três:
Ter um companheiro de equipe com uma chance acima da média de ganhar;
Ficar na cama
Criar um plano inteligente.



O plano inteligente que não é a parte mais complicada. Se seguir o roteiro garante o veredito de perdedor, você precisa interromper o script. Não siga o plano padrão, crie o caos. A corrida ainda terá apenas um vencedor, mas em meio ao caos, as chances dos contendores reais diminuem. Na verdade, suas chances não aumentam apenas porque as deles são reduzidas, mas também porque, como o instigador do caos, você tem uma iniciativa analítica e psicológica.



Isso se aplica a qualquer corrida, mas a nenhuma mais do que a corrida prevista para terminar em sprints como o Campeonato Mundial deste ano. Não foi tão difícil prever os vencedores da corrida de mulheres e homens em caso de um sprint em massa (até mesmo eu consegui prever os nomes de Cavendish e Bronzini como os campeões). Se já houve uma corrida que precisava de um caos, era essa. E com a maioria das equipes a ter vários capitães, as oportunidades eram enormes.


Péssimo foi todo mundo seguir o script. Portanto, Bronzini e Cavendish são campeões dignos. Eles aproveitaram ao máximo as circunstâncias que eram conhecidas por todos. Talvez o percurso não fosse notável, talvez alguns concorrentes não fossem notáveis, mas eles foram!


http://gerard.cc/