domingo, 10 de junho de 2012

Desafio Pe. Anchieta - reflexões

Meus caros,
esse post é dedicado para cada Omega que se preparou e largou na belíssima corrida Desafio Pe. José de Anchieta.
Belíssima, por que contou com um percurso ímpar, que embora curto para a realidade do ciclismo mundial, se revelou na medida do nosso sonho de participar de provas de nível superior no quesito "Competição";
Belíssima porque proporcionou ao "não-Atleta/competidor" transitar num percurso que excedeu suas primeiras expectativas enquanto ciclista amador.
As imagens demoraram a sair da minha memória, aquele pelotão imenso serpenteando em sobe e desce e suas mudanças de velocidade e colorido.
Alguns quesitos vêem agora à tona das reflexões: o resultado, a superação, a frustração e o infortúnio. Cada um desses revelou-se numa determinada face de nossa grande equipe e costurou nossas estórias com alegria e apreensão.
* O infortúnio.
Vou começar relatando que estava ao lado da queda no trecho após o pedágio, que deve ter interrompido a corrida, pelo menos momentaneamente, para maisde 50 ciclistas, muitos dos nossos.  A inexperiência em corridas de estrada causa fenômenos curiosos e resultados trágicos. Má colocação no pelotão, falta de desenpenho aliado ao medo de sobrar, falta de habilidade em pilotar a bike e falta de atenção são os maiores. Aprendi caindo em minha primeira corrida de estrada, a mais de 40km/h e ouvindo os mais experientes, e suponho que aprendi, o que não me impede de errar numa próxima ocasião. Todo mundo está sujeito a errar e causar um strike no pelotão. No Facebook tá rolando a maior reclamação e muitos põe a culpa no que lhe é conveniente, e principalmente na organização, porque sabem que ela não vai entrar no bate-boca e fica bem pro camarada a "postura de protestante". O fato que não muda é que o pelotão é como um cardume de peixes, tem sua dinâmica própria, regida pela física e pela noção de trânsito, sua hierarquia, etc:
  • a direita é o espaço dos mais lentos, e da recuperação de quem puchou a cabeça.  se você quer andar rápido e tem estilo arisco, não frequente essa região. Eventualmente os ariscos descansam na extrema esquerda, se reposicionando rapidamente.
  • o meio é o vagão do metrô, vc está seguro do vento, mas vai aonde o pelotão quer, inclusive quando ele decide que alguém vai cair...
  • logo as respostas aos ataques vêem da frente e da esquerda do pelotão.
  • o fundo do pelotão, local abrigado, mas não é local de bate-papo. Precisa saber o que acontece à frente do pelotão, seja no terreno ou na dinâmica e tática para nunca ser surpreendido;
  • a velocidade é inconstante! De acordo com o interesse da cabeça do pelotão pode-se acelerar ou diminuir a velocidade. Quando chega um morro a frente vai diminuir a velocidade; quando neutraliza uma fuga idem; alguém vai precisar frear no meio do pelotão e não adianta reclamar! 
  • geralmente quando a velocidade diminui alguém do fundo, da esquerda ou a cabeça vai atacar!
  • não se sprinta no meio nem na direita do pelotão, simplesmente se aguarda a retomada de velocidade.
  • não de muda de posição rapidamente no pelotão; dirija-se ao fundo  e pela esquerda vá para a frente. eventuamente se há uma brecha, olhe verificando quem está atrás e sinalize a mudança de posição. Ou peça!
  • alguns que não tem desempenho compatível com a posição que está ocupando fazem constantemente uma força descomunal para pegar uma roda aqui, uma vaga ali... mantenha-se longe desses (aquela estória da tartaruga no poste!)
  • não é feio assumir que você não sabe mais do que acelerar sua bike e tem muita dificuldade para manobrar, mudar de direção, frear sutilmente. Mantenha-se na direita ou no fundo (desculpem-me os triatletas)
  • comer, beber, assoar o nariz, tirar a mão do guidão, dirija-se ao fundo!
  • escute os conselhos durante os treinos! e, por favor: não há problema em errar ou demorar pra acertar, se adaptar, mas a arrogância de achar que não erra pode custar a segurança de alguém e a antipatia eterna do pelotão, porque lá até o maior caça-foice sabe em quem pode confiar.
* A Frustração.
Não ter tempo para treinar; um compromisso inconciliável; uma contusão de última hora; quedas e problemas mecânicos, falta de preparo ou comidaqualquer motivo que nos impeça de cruzar a linha ou de não o fazer  no tempo ou colocação desejadas nos frustrarão amargamente. Esse sentimento aumenta ao ver as fotos, vídeos, depoimentos, reportagens, enfim a repercussão da corrida. A vida é assim!
Mas vou morrer dizendo que o seu interesse é a chave do negócio! Se você chegou aqui nessa vida, com dedicação e capacidade; se você concluiu escola, faculdade, passou em entrevista de emprego, entregou projeto no prazo, virou noite no rock e foi trabalhar, etc, VOCÊ PODE acordar cedo para treinar, almoçar mais tarde, deixar a família fazer um programa alternativo 1 vez por semana, falar pro chefe que não vai beber no aniversário dele porque você vai treinar cedo no outro dia. Você consegue fazer dieta, treinar mais um dia na semana, perder uns quilinhos, colocar a bike na revisão, colocar um pneu bom, não usar câmara com mais de 2 estrelas, tudo isso por um café no fim do treino, companhia agradável e boas estórias pra contar! Assuma pra você mesmo que você gasta uma grana enorme nessa brincadeira e precisa dar retorno, que você se diverte e se realiza! Seja o sucesso que você deseja!

*A Superação
Concluir uma corrida de 87 km contra 250 ciclistas, vento contra, sol, chuva e se achar por 3 horas como aqueles heróis que você vê na TV lá no Tour de France são a Glória para nós pobres mortais. Eu e você podemos mais e melhor! Fica a dica...

* O Resultado
Posso falar com alegria que vi uns dos nossos andar muito nessa corrida, evoluir nos treinos, evoluir corrida após corrida, correr que nem gente grande. Estamos em evolução, estamos sendo comentados e observados. Parabéns! O resultado esportivo já é excelente e vamos buscar mais!

Um grande abraço de agradecimento por estarmos juntos nessa vitória. até o próximo treino!
Emílio

sexta-feira, 30 de março de 2012

TREINO DE CICLISMO - DICAS

Copiado de um dos pioneiros em Assessorias Esportivas no Brasil,  essas dicas servem para os grupos que treinam sob a orientação de um Treinador Profissional; por vezes explicar todos os detalhes de uma sessão de treinos dá muito trabalho ao profissional e pode parecer massante a alguns atletas. Algumas regras e orientações vão se tornando implícitas e os novatos apreendem sem o processo desgastante de longas paradas para explicações. Portanto, fique ligado no "modus operandi" do seu grupo de ciclismo.


Caros alunos,



Nossos treinos melhoraram muito em qualidade. Temos o acompanhamento Professores de Educacao Física em motocicletas e do Andrezinho nos treinos da Barra.

Procuramos ensinar-lhes as técnicas do ciclismo, assim como promover uma melhora da sua saúde e performance.

Notamos diariamente uma melhora significativa no “pedal ” de todos, mas continua nos chamando a atenção o constate “falar”no meio do treino quando estamos pedalando mais forte, assim como uma falta de atenção no pelotão.

Seguem algumas normas básicas para que não tenhamos problemas:



1 – voce so estará na frente do pelotão se for escalado por um dos profissionais;



2 – não troque de faixa de rolamento sem avisar e tão pouco sem olhar;



3 – não freie no meio do pelotão;



4 – pedale defensivamente a cerca de 1 metro da bicicleta a sua frente;



5 – tenha cuidado;



6 - não seja afobado para não “perder”uma roda, voce poderá fazer um strike no grupo;



7 – ouça os Profissionais;



8 – olhe para frente e para as laterais ;



9 – antecipe-se a uma situação de risco com uma visão periférica;



10 – olhe a tarefa que esta sendo feita e preste atenção quando chegar a sua hora;



11 – pelo simples fato de voce não estar na frente do grupo ou num grupo por hora mais forte, não quer dizer que voce é fraco;



12 - tenha exata noção da sua capacidade física;



13 – não fique bravo se tomar uma bronca, pode ter certeza que ela serve pra todos e é uma forma de alerta ao grupo.





Muito obrigado



Walter tuche

quinta-feira, 29 de março de 2012

Como se iniciar nas corridas de Ciclismo - Por Neil Bezdek

A segunda quinzena de julho tem sido relativamente calma. Além de conhecer a minha nova sobrinha, a maioria do meu tempo foi dedicado a assistir ao Tour de France e depois lidar com minha ansiedade pós-Tour. Agora tenho de encontrar algo novo para me manter ocupado durante as primeiras duas horas de cada dia.

Em 2005, eu estava curtindo uma onda semelhante de entusiasmo quando eu comprei minha primeira bicicleta de estrada.  Isso acontece com milhões de pessoas todo mês de Julho, e propensos ciclistas ao redor do mundo estão certamente contemplando a mesma compra agora mesmo. Muitos ainda esperam competir, e eu não estou surpreso que alguns dos meus amigos "normais", recentemente pediram conselhos sobre ingressar nas fileiras competitivas. Estou feliz por eles.

O Ciclismo me tirou de uma depressão quando eu comecei, em Nova York em 2008. Eu havia passado um ano trabalhando como um mensageiro, e enquanto eu conhecia a cidade como a palma da minha mão, eu estava perdido. Recém-graduado na faculdade, eu estava separado da minha comunidade acolhedora do campus e à deriva no mundo cruel da vida adulta, onde eu finalmente conseguiu um respeitável emprego num escritório. De repente, reprimido em um cubículo e desesperado por uma saída, eu dei uma chance ao Ciclismo. Eu fiquei viciado imediatamente. Correr me proporcionou um novo conjunto de amigos e, tão louco que possa parecer, uma sensação muito necessária de propósito e identidade. Correr hoje é o meu trabalho.

OK, talvez a competição não vá ser tão interessante para todos, mas eu gostaria de pensar que eu ganhei alguns insights relevantes ao longo do caminho. Se você é atraído para o lado competitivo do esporte, aqui estão alguns conselhos:

Parar de procrastinar.

Um dos meus maiores arrependimentos é esperar até os 23 anos para começar a competir. Eu tinha estado interessado por anos, mas esperei até que eu pudesse me comprometer com uma temporada completa e realmente "fazer a coisa certa." Se você está se segurando até que você se sinta excepcionalmente apto, ou até você pode ir comprar a bicicleta de corrida mais rápida do ano, ou até que haja uma longa pausa em sua agenda lotada, tenha em mente que não há tempo como o presente.

Não se deixe intimidar.

Lembro-me de aparecer para as minhas primeiras corridas vestindo uma camisa lisa e uma bicicleta de alumínio bem surrada com peças de segunda linha. Não pude deixar de notar a correspondência com as roupas cheias de logotipos e os equipamentos das pessoas ao meu redor, e como suas pernas esculturais, por vezes, fizeram  minhas pernas absurdamente  magras parecem “pauzinhos chineses”. Desde então eu percebi que surpreendentemente há pouca correlação entre a capacidade de um ciclista e sua aparência física, ou outras formas.
Além disso, não se impressione com o elitismo ou ouça qualquer um que grita em uma corrida de bicicleta. Os melhor es conselhos são dispensados em silêncio, de pessoas que são sábias o suficiente para saber que a sua experiência no ciclismo, é, no grande esquema das coisas, de alguma forma ímpar.

Concentre-se em segurança e eficiência.

Há coisas muito mais significativas para as corridas do que apenas isso, mas ficar em pé e usando o mínimo de energia possível é a melhor maneira de garantir que você vai terminar as corridas e retornar nas próximas, que é a única forma de eventualmente aprender sobre todos os outros aspectos do esporte.
Por eficiência, refiro-me ficar de fora do vento e pedalando o menos possível. O mesmo vale para a utilização de seus freios. Como Adão Myerson, meu companheiro de equipe, uma vez me disse: "Se você usar os freios, isso significa que em algum momento você já pedalou demais."

Permita-se competir o máximo possível.
Habilidade é tão importante nas corridas de bicicleta como condicionamento, especialmente em corridas planas. Este esporte tem menos relação com correr 10k ou fazer um triathlon, e mais como jogar basquete. Passar horas incontáveis no ginásio ou aperfeiçoar o seu lance livre pode ajudar o seu jogo, especialmente se você já for um jogador experiente, mas a melhor maneira de aprender a jogar basquete é simplesmente jogar basquete. O mesmo vale para o ciclismo.
Isto inclui treinos com grupos rápidos, que são o equivalente ao treino coletivo no basquete. Procure na sua loja de bicicletas o local onde eles estão e quando esses grupos saem para pedalar. Conversar com eles vai ajudá-lo a fazer amigos, aprender sobre o esporte e participar de uma equipe.

Participe de um clube ou equipe.
Ciclismo é um esporte coletivo tanto em cima quanto fora da bicicleta. Participar de um clube ou equipe é ótima maneira de aprender sobre o esporte, compartilhar recursos, organizar caravanas para os eventos e, acima de tudo, fazer amigos e se divertir. Isso é o que este esporte deve ser em primeiro lugar.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Impulsione seu condicionamento no Ciclismo Com Treinos de Alta Intensidade – Pam Willenz


Melhore a sua aptidão no ciclismo e entre em forma de escalador sem gastar tantas horas nem kilômetros na bicicleta. O Treinamento Intervalado constrói força muscular e aptidão cardiovascular mais rápido do que longos treinos de média intensidade e leva muito menos tempo, segundo um recente artigo do New York Times.

Treino de Alta Intensidade (HIT) melhora o condicionamento, o VO2 e a força mais do que o treino cardiovascular linear.

Especialista chefe Martin Gibala, presidente do departamento de cinesiologia da Universidade McMaster, em Hamilton, Ontário, demonstrou em um experimento como ciclistas fazendo intervalos curtos e vigorosos em bicicletas estacionárias (ergometros Wingate) melhoraram sua capacidade cardiovascular tanto quanto os ciclistas que pedalaram por mais de 10 horas.

Outra pesquisa mostrou que o H.I.T. melhora a capacidade de alguém para produzir hormônios de crescimento, reduz o risco de diabetes, e ajuda a controlar o peso.

Para aqueles que não têm duas ou mais horas para andar de bicicleta no meio da semana, esta abordagem pode ser a melhor maneira de se condicionar para as escaladas e subir para as montanhas mais rápido.

Um dos exercícios que Gibala recomenda é o "sprint de 60 segundos a um ritmo que se sente desagradável, mas sustentável, seguido de 60 segundos de pedalar facilmente, depois outra corrida de 60 segundos e recuperação, 10 vezes no total."

Os corredores podem também usar esse tipo de treino: De acordo com um estudo relatado neste artigo, os corredores que usaram HIT para treinar em uma pista apreciaram seus treinos mais do que corredores que correram no mesmo ritmo durante 50 minutos.

sábado, 10 de março de 2012

Na hora H


Estou aqui na véspera de uma competição, envolto em pensamentos táticos e avaliações sobre os treinos realizados. Um mixto de apreensão, autoconfiança e falibilidade dominam os sentimentos interiores.
A corrida, o grande dia, é apenas a ponta do iceberg; a competição começa quando se vence a cama na madrugada, o vento contra, a dor e o cansaço; disciplina nos treinos, disciplina na dieta, disciplina no pensamento positivo. A atuação no dia da competição tem seus fundamentos na rotina do atleta.
Já participei de um sem número de competições, e no esporte individual não tem o tapinha nas costas do colega. É você contra os oponentes, contra a sua insegurança, contra a sua timidez, contra todos aqueles demônios interiores que te dizem: “você não é capaz”!
Como diz Gerard Vroomen, de tantos inscritos, apenas um será o vencedor; nas rodas de comentários sempre se pondera: mas aquele que venceu não é o mais forte. Às vezes não foi o que treinou mais. O que é preciso para a vitória?
A Vitória no sentido estrito, é daquele que numa atitude mental, concatena suas qualidades naturais e adquiridas numa performance que supera os oponentes. Ele olha em sua volta e intenciona superar cada oponente.
A Vitória, no sentido relativo, pode ser a superação do medo, principalmente do medo de perder, de ser superado, de não ser o melhor. Pode ser repetir as performance treinadas, mesmo que não sejam suficientes para o triunfo. A vitória não acontece, ela é buscada, é desejada e conquistada. 
Nas minhas vitórias e grandes atuações, esteve presente uma atitude mental de protagonismo, de estratégia vencedora, de criar o momento propício, de envolver o adversário. Estou aqui mentalizando e procurando este estado mental. Desenvolva esse estado você também! Boa sorte!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Tour de San Luiz - Argentina

Um bom programa para férias ciclísticas é visitar o Departamento de San Luiz, na Argentina. Na 2ª qiunzena de janeiro a localidade fica recheada de ciclistas do Word Tour, afinando a preparação para a competição internacional Volta de San Luiz.

Na 1ª etapa, após serem surpreendidos por uma chuva de granizo (foto acima)  Francesco Chichi, italiano da Omega Pharma-Quick Step tirou por milímetros uma vitória épica do argentino JJ Haedo da Saxo Bank-Sungaard, após a valorosa ajuda de Tom Boonen que ousou um ataque a 1,5km da meta, forçando a Saxo Bank a dividir energias entre buscar o belga bi-campeão mundial e preparar o sprint para Haedo. Chichi marcou o trem da equipe dinamarquesa, abrindo o sprint quando Boonen foi neutralizado, a 200m da meta


Na 2ª etapa, dobradinha da OPQS, com Chichi em 1º e Boonen em segundo no sprint final



Será que Chichi esqueceu de retribuir o trabalho de Boonen ontem, já que a camisa de líder já estava assegurada? De qualquer maneira uma impressionante performance da equipe belga.

  @Levi Leipheimer

1st & 2nd for us today in Argentina! The plan was for Tom to win but he & both started celebrating before the line side by side!

Ao que parece os dois não estavam muito preocupados...












segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Alimentação pré e pós treino

Aspectos Nutricionais Relacionados ao Exercício


Para entender o aspecto nutricional de um treino/competição é necessário entender o mecanismo energético (metabólico) dos eventos envolvidos.
É preciso entender que para que aconteça a contração muscular há uma série de processos bioquímicos envolvendo várias cadeias metabólicas, elétricas e nervosas. Nesse complexo funcionamento, elementos como sódio, potássio, cálcio são essenciais ao bom funcionamento muscular e devem estar presentes abundantemente no organismo.
Num primeiro momento do exercício, há a utilização da glicose do sangue e do glicogênio muscular (cabohidratos), nossa primeira fonte de energia. É o momento anaeróbio, que vai se repetir infindavelmente até o fim do exercício ou enquanto houver nutrientes. Esse momento é nutrido ainda por substâncias como creatina-fosfato e piruvato que num processo de retroalimentação eliminam metabólitos “tóxicos” ao funcionamento muscular.
Após algum tempo acrescenta-se ao metabolismo anaeróbico o metabolismo aeróbico, que utiliza o Oxigênio para a oxidação das gorduras (energia estocada).
Esse funcionamento contínuo gera calor, e o corpo para se refrigerar aumenta a circulação de líquidos que não são reaproveitados, sendo excretados pelo suor. O suor é composto por água, uréia e sais minerais, como o cloreto de sódio.
Com o exercício prolongado, as reservas energéticas (carbohidratos) vão sendo consumidas e baixa o potencial energético do corpo. O organismo busca então novas fontes de energia e as proteínas são a próxima opção.
Após algumas horas a condição de executar trabalho fica muito prejudicada e tem como fatores importantes a serem considerados: a condição climática, o nível de treinamento e o aspecto nutricional.
Influência da condição climática nos sistemas energéticos:
  • Sob calor acentuado: aumenta a temperatura corporal, aumentando a transpiração e tem como consequência a antecipação do processo de desidratação
  • Sob frio: aumenta a necessidade de regulação da temperatura, utilizando mais quantidade de glicose e glicogênio, diminuindo o combustíel disponível para a contração muscular.
Influência do nível de treinamento nos sitemas energéticos:
O treinamento desportivo tem como efeito a especialização dos mecanismos energéticos, aumentando a eficiência no aproveitamento das fontes de energia. O treinamento melhora ainda o reaproveitamento de metabólitos, adiando os efeitos da fadiga. Em resumo: um indivíduo treinado desperdiça menos energia, gasta suas reservas mais lentamente e adia os efeitos da fadiga.

Influência da condição nutricional nos sistemas energéticos:
Um estado nutricional favorável às necessidades apresentadas em sessões de treino/competição são determinantes para o rendimento ideal do atleta/praticante.
Estoques de carbohidratos (glicose e glicogênio), sais minerais (potássio, sódio, cálcio, creatina…), aminoácidos livres (precursores de proteínas), gorduras, e elementos que garantem um bom funcionamento sanguíneo (ferro, ferritina, ácido fólico, vitamina C) – que facilitam o transporte de Oxigênio para os processos aeróbicos – devem ser providos pelo hábito alimentar do indivíduo atleta/praticante.
A reposição dos nutrientes depletados durante o exercício vai determinar o “até quando” durará a condição ótima para o bom desempenho físico: glicose (açúcares simples), sais minerais, aminoácidos, água…
A reposição plena dos nutrientes depletados numa sessão de treino/competição serão determinantes para o desempenho na próxima sessão de treinos/competição. Imagine o atleta que treina diariamente e sua necessidade nutricional, ou em casos extremos, atletas que competem durante 21 dias seguidos, como no Tour de France.

Efeitos da desnutrição no desempenho continuado
A seguir você entenderá por que a falta de alguns nutrientes é tão prejucicial ao seu rendimento:
Cálcio, sódio e potássio: por estarem envolvidos na contração muscular em nivel intracelular (um processo microscópico) a falta deles pode até impedir a contração muscular causando paralisia muscular e descoordenação. Você pode sentir essa falta na forma de cãibras;
  • Creatina e fosfatos: por fazer parte do reaproveitamento do piruvato (que gera o ácido lático). Outro responsável pelas cãibras.
  • Água: a desidratação pode aumentar a temperatura corporal promovento morte celular (principalmente proteínas-celulas musculares); aumenta a viscosidade do sangue, diminuindo a nutrição muscular pela deficiência do fornecimento de glicose, oxigênio e sais minerais;
  • Glicose e glicogênio: a falta de um estoque mínimo pode interromper as funções motoras do tecido muscular;
  • Oxigênio: a falta desse nutriente acarreta na fermentação anaeróbia da glicose, um processo tóxico que gera ácido lático e… cãibras;
  • Aminoácidos livres: a falta de aminoácidos livres faz com que o organismo desmanche as células musculares, ricas em proteínas, para a obtenção de energia. Além de reduzir a capacidade de trabalho provoca incômodas dores durante e principalmente após o esforço.
Principais fontes de Nutrientes:
  • Calcio: leite e derivados, folhas verde-escuras, sardinha, bacalhau, gergelin, girassol e amêndoas;
  • Sódio: tomate, pão integral, camarão e queijos
  • Potássio: Banana, batata com casca, Laranja, Ameixa, Tomate, Passas, Espinafre, Semente de girassol, Amêndoas;
  • Creatina: carnes de boi, porco e peixe;
  • Fosfato: Carnes, porco, frango, peixe, ovos e leite;
  • Ferro: Carnes, porco, frango, peixe, ovos, legumes;
  • Glicose: frutas, tubérculos e amidos;
  • Glicogênio: carnes e fígado de animais;
  • Aminoácidos livres: carnes e ovos (animal), feijões, lentilhas, soja e amendoim (vegetal).
Agora você deve estar pensando: agora o autor vai passar aquela dieta revolucionária que vai ser a solução para os meus treinos! Caro ciclista, tudo já dito até agora quer despertar em você a importância da sua alimentação no seu rendimento esportivo.
Um atleta amador com dedicação regular pode suprir suas necessidades fazendo alguns ajustes, mas cedo ou tarde vai precisar personalizar sua dieta em virtude do seu metabolismo e carga de treinamentos. Uma consulta com um Endocrinologista (metabolismo) e um nutricionista trarão muito mais progressos e rendimento. É bem complexo o universo nutricional e metabólicdo relacionado ao Exercício Físico, por exemplo não mencionei as Vitaminas – que regulam o metabolismo e regem as interrelações entre os nutrientes descritos – os hormônios e outras substâncias.
Por hora, não deixe faltar nas suas refeições os nutrientes importantes para seu exercício, e procure repor suas perdas durante os treinos mais longos.
Boas pedaladas e até breve.
Emílio Sant’Ana – CREF 906-G/ES
Omega Assessoria Esportiva