segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Contra o "destreinamento"

postado originalmente no Blog "Emiliodiversidade! em 01//11/2010 após muitos dias de chuvas e mau-tempo: http://bit.ly/ujYDP4

Olá meus caros e caras,

Gostaria de tratar hoje de um termo estranho a vocês, mas que com certeza já os preocupou algum dia. O “destreinamento” é a perda do condicionamento adquirido através do treinamento, ou se preferir, da malhação. Meses de treino podem se perder completamente entre 2 a 4 semanas.

Vejam bem, estive parado 15 dias em decorrência de uma dengue, voltei ao treinos por 15 dias e novamente parei pelo nascimento de minha filha. Programei-me para retornar ao treinos no 4º dia, mas imprevistos sucessivos têm me impedido de treinar, e agora vem a chuva, que pela previsão vai me deixar mais 3 dias em casa.

O praticante/atleta que se vê nessa situação pode se sentir um viciado, que após alguns dias de folga sente um comichão, reflexo da abstinência. Outros percebem que a falta de atividade gera dores e incômodos bem desagradáveis. Dessa forma tenho a impressão que o que vicia não é apenas o bem-estar proveniente da prática da atividade física, mas o condicionamento em si. Quem se sente bem em perder capacidades adquiridas?

Ainda há a acomodação de que já que o condicionamento se foi; porque voltar agora e passar por todo o sofrimento das primeiras semanas de recondicionamento?

Importante é ter a noção de como contornar essas situações:
·         Mudar o horário da atividade/treino para que coincida com seu tempo livre;
·         Adeptos de atividades outdoor devem procurar equivalentes indoor;
·         Novos parceiros de treino poderão ajudá-lo a acordar mais cedo, se for o caso;
·         Novas metas o estimularão a retornar o quanto antes aos treinos;
·         Procurar sempre novos parâmetros no treinamento: maior velocidade, mais distância, carga maior;
·         Treinar acompanhado de um profissional poderá reduzir as perdas, pois com certeza ele também tem compromisso com o seu condicionamento adquirido e não vai te deixar parado por muito tempo.

O importante é se mecher! Acho que amanhã vou treinar na chuva...

Abraço grande
Emílio Sant’Ana – CREF 906-G/ES
Omega Assessoria Esportiva

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Excelência – por Joe Friel


Mais um exemplo de que sempre há o que rever e aprender. Divirtam-se!

“Excelência não é para todos. É muito difícil para a grande maioria daqueles que participam no esporte. Na verdade, aqueles que buscam a excelência são muitas vezes ridicularizados, porque eles são diferentes de seus pares. E por isso não é fácil buscar a excelência também. Os seres humanos são animais sociais, nós não gostam de ser párias. É muito mais fácil ir junto com a multidão que se destacar. Mas há atletas que conseguem isso, e com muita discrição. Você já notou como os jovens, atletas profissionais muitas vezes tentam dar a impressão de que nada sobre sua formação ou dedicação ao esporte é incomum? Eles aprenderam a dar a aparência de ser "como todo mundo", apesar de seu desempenho na competição nos diz o contrário. Sair de sua maneira de ser e parecerem descontraídos é a forma como lidam com o dilema e ajuda a impedir que as outras pessoas os definam como estranhos. E isso é uma boa estratégia que eu recomendaria para qualquer pessoa que realmente busca a excelência: Tente não dar o ar de alguém que está buscando a excelência. Pareçam comuns em todos os sentidos que puderem.

O que trouxe tudo isso à pauta foi uma pergunta que me foi feita hoje à noite no jantar. Estávamos em uma festa surpresa para um atleta que eu treino que tinha acabado de ganhar a sua categoria de idade em seu campeonato estadual contra-relógio. Ficou claro para o meu vizinho à mesa de jantar que este campeão de estadual havia alterado sua trajetória durante o último ano e estava se tornando excelente em ciclismo. Então, meu novo amigo queria saber o que eu procurava em uma pessoa que queria me contratar como treinador. Como eu poderia saber se uma pessoa pode ser bem sucedida? Comecei a contar-lhe tudo o que se segue, mas fomos interrompidos pelos festejos. Aqui está a longa lista do que eu acho que são os melhores indicadores de excelência no esporte, em sua ordem de importância, no caso de ele ter a chance de ler este post.

• Motivação. Este indicador é mais importante do que todos os outros combinados. Se o atleta não é motivado, a excelência é altamente improvável. Na verdade, os outros indicadores não vão mesmo existir sem motivação. Isso vai além  de estabelecer objetivos da boca para fora. O atleta verdadeiramente motivado está numa missão e tem dificuldade em manter a si mesmo em cheque. Essa pessoa realmente precisa de um treinador para puxar as rédeas para evitar overtraining, doenças, lesões e fadiga. Se o treinador tem que usar um chicote, então é uma causa perdida, não importa o quão talentoso é o atleta. O treinador nunca dará a motivação ao atleta. Deve vir de dentro. Quando estou entrevistando atletas, eu faço muitas perguntas para descobrir quão verdadeiramente motivados estão. Por exemplo, eu pergunto quantas vezes eles treinam com outros atletas em relação a quanto treinam sozinhos. O atleta com baixa motivação vai precisar de companhia com freqüência. Se você está motivado, então, todos os indicadores de excelência a seguir se encaixarão.

• Disciplina. Isto é muito simples. O atleta disciplinado fará sacrifícios diários e os fará apesar das dificuldades, a fim de ser excelente. Essa pessoa não perde os treinos, porque seria um desastre. O clima é um fator insignificante. O atleta disciplinado sabe que os detalhes são importantes. Ele ou ela não serão negligentes com a dieta, com a recuperação, com os equipamentos, ou qualquer outra coisa que tenha a ver com as metas. Disciplina não é fácil. Outros podem aceitar a motivação, mas eles têm dificuldade em lidar com pessoas que são disciplinados. Você terá que encobrir ou mesmo esconder a sua disciplina se que você quiser ser aceito por seus pares. Boa sorte aqui.

• Confiança. Algumas pessoas parecem viver uma vida inteira com uma confiança inabalável em si mesmos e suas ações. Essas pessoas são de fato raras. Eu conheci muito poucos atletas que não tivessem algumas preocupações sobre quão bem forjados eles foram para qualquer que fosse a tarefa em questão. Há uma escala móvel de confiança. A maioria de nós está em algum lugar no meio. Para se aproximar do limite de alta confiança tudo o que se precisa é tipicamente algum sucesso. Sucesso gera confiança. Embora seja difícil de obter você pode criar o seu próprio. Para os atletas que eu treinei cuja confiança estava decididamente no limite inferior eu sugeri um diário de reforço de confiança. Quando eles vão para a cama e depois que as luzes estão apagadas, digo-lhes para voltar em suas memórias e encontrar qualquer coisa em seu dia de treino ou atividades relacionadas que tenha sido bem-sucedida em qualquer nível. Este poderia ser um sucesso muito pequeno, como sentir-se forte ao subir uma determinados montanha durante o treino do dia, ou conseguir comer uma fruta em vez de um cookie para um lanche. Digo-lhes que então, para reviverem esse pequeno sucesso repetidamente até que adormeçam. Ocasionalmente, há grandes sucessos. Estes tornam-se "âncoras" que eles revivem muitas vezes e armazenam em um cofre para serem resgatados sempre que sentem a baixa confiança aflorando, como na linha de partida de uma corrida. Pensar no próprio sucesso gera sucessos. Sucesso gera confiança.

Foco. Também poderia ser chamado de propósito, o atleta sabe onde ele ou ela quer ir no esporte. O treinamento diário é uma atividade intencional que levará à excelência. Cada treino (e correspondente recuperação) é um pequeno tijolo que, eventualmente, vai construir a excelência. Mas você tem que dar um passo de cada vez, o que nos leva ao último indicador, paciência.

• Paciência. De acordo com Malcolm Gladwell em seu livro The Outliers (Os Fora-de-série) leva-se cerca de 10 mil horas para que uma pessoa se torne um mestre de qualquer coisa. Eu nunca tinha tentado quantificar em termos de horas, mas a experiência me ensinou que a performance ao mais alto nível no esporte leva algo da ordem de 10 anos de treinamento sério independente de quando você começou na vida. Então eu acho que Gladwell está provavelmente certo. Existem exceções, ou pelo menos é o que parece de forma superficial. Mas quando um atleta surge e aparentemente vai para o topo de imediato, muitas vezes, achamos numa análise mais profunda que ele ou ela tenha se desenvolvido fora das vias de sucesso reconhecidas. A paciência também tem um outro nível que vai além desta abordagem a longo prazo para o sucesso. Esta é uma abordagem mais imediata, uma componente diária associada com a capacidade de se adaptar apropriadamente nos treinos e corridas iniciais. Atletas que parecem incapazes de aprender esta habilidade são menos propensos a ser bem sucedidos do que aqueles que a dominam.

Observe que eu não disse nada sobre o talento inato, a fisiologia, habilidades, ou mesmo experiência no esporte. Todas estas coisas podem ser desenvolvidas e aprendidas se os outros indicadores estiverem lá. Eu nunca conheci ninguém que não tivesse a capacidade de desenvolver cada uma dessas habilidades mentais. Como mencionado anteriormente, o desafio para a maioria de nós no buscar a excelência é aprender a fazê-lo sem parecer estar fazendo isso. Observar como a maioria dos profissionais o fazem e tentar imitar sua aparente atitude de “laissez-faire” (despretensiosa). Bons exemplos são Chrissie Wellington no triathlon e David Zabriskie no ciclismo de estrada. Em suas próprias maneiras eles dão a impressão de estar despreocupados com a excelência. Mas ninguém alcança seus níveis de realização, sem estar altamente motivado, disciplinado, focado e paciente".

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Os 10 Mandamentos do Treinamento – por Joe Friel


alguns textos que estudo ficariam muito interessantes no Blog. Vamos ver o que esse tem a contribuir.

Os 10 Mandamentos do Treinamento – por Joe Friel

Eis a minha filosofia de treinamento: Um atleta deve fazer a menor quantidade de treinamento específico no momento apropriado que traz melhoria contínua.

A idéia de treinamento limitante é um pensamento assustador para alguns. Muitos ciclistas têm se tornado tão acostumados a excesso de treinamento, que parece um estado normal. Esses atletas não são menos dependentes do que usuários de drogas. Como é o caso de um viciado em drogas, o atleta cronicamente em sobretreino não está recebendo nada melhor, mas ainda não pode convencer a si mesmo para mudar.

A filosofia básica é simplesmente "use o seu tempo de treinamento com sabedoria." Para aqueles de nós com empregos de tempo integral, cônjuges, filhos, uma casa a manter, e outras responsabilidades, usar sabiamente o tempo de treinamento é mais do que uma filosofia, é uma necessidade.

O que isto significa é que há momentos em que é certo se fazer maior volume de treinamento, mas não necessariamente o maior possível. Isto acontece geralmente no período básico de treinamento(preparação geral). Há também momentos em que alto volume não é indicado, mas velocidade, mais treinamento específico de corrida será mais adequado. Estes são os períodos de Desenvolvimento e Pico (preparação específica).
Embora pareça tão simples, há muitos que não conseguem acertar. Eles treinam centenas de kilometros, quando deveriam tentar chegar mais rápido. E quando eles deveriam estar construindo uma base de condicionamento físico geral, eles estão indo rápido, normalmente empolgados num pelotão muito nervoso.

Então o que você usa para medir o seu progresso? Como você está cansado? Quão rápido você está? Se for o primeiro, você está condenado a uma carreira esportiva mediana. Logo que descubra que o cansaço é uma pedra no caminho da velocidade, e você faça as mudanças necessárias, você vai estar voando.

Para ajudar você a entender melhor essa filosofia de treino eu desmembrei-o em "Dez Mandamentos do Treinamento". Incorporando cada uma dessas orientações em seu pensamento e treinamento, você estará seguindo esta filosofia e obterá um melhor retorno do seu tempo investido. Seus resultados poderão também melhorar independentemente da sua idade ou experiência.

1. Treine moderadamente
Seu corpo tem limites quando se trata de velocidade, resistência e força. Músculos se contraem com plena força um certo número de vezes antes de eles se recusarem a dar duro novamente. O maior erro da maioria dos atletas é nos dias fáceis fazer força demais, então quando chega a hora de um dia de treino forte eles não conseguem forçar o bastante.

Progredindo com cuidado, especialmente com a intensidade, você vai gradualmente se tornar mais forte e haverá tempo e energia para outras atividades na vida. Um atleta que tira proveito do treinamento irá obter mais benefícios com isso do que aquele que está sempre à beira do overtraining.

2. Treine  consistentemente
O corpo humano vive da rotina, e a atividade regular traz uma mudança positiva. Isso não significa apenas fazer o mesmo exercício todos os dias, semana após semana. Variedade também promove o crescimento. Isto não quer dizer que você não deve fazer exercícios difíceis ou que não é necessário empurrar os limites de vez em quando e experimentar a  fadiga como um resultado.

É óbvio que, se chegar perto de seu limite potencial é o seu objetivo, você deve, muitas vezes enfrentar e vencer desafios de treinamento. Treinar de forma consistente, não ao extremo, é o caminho para condicionamento mais alto possível, e sua performance máxima nas corridas. A chave para a consistência é a moderação e descanso.

3. Descanse de forma adequada
Durante o repouso, o corpo se adapta ao estresse do treinamento e se torna mais forte. Sem descanso, simplesmente não há melhoria. Como o estresse advindo do treinamento aumenta, faz assim a necessidade de descanso. Quando dormimos, nosso corpo libera o hormônio do crescimento humano, e se recupera e cresce mais forte.

Se o nosso tempo gasto cochilando está curto, levamos mais tempo para nos recuperar e nossa consistência no treinamento decai. Células danificadas levam mais tempo para curar, aumentando o risco de lesões e doenças. Se a carga de treinamento permanece elevada aliada ao pouco tempo de sono, o excesso de treinamento se torna uma ameaça real: o esgotamento está à espreita ao virar da esquina.

4. Treinar com planejamento

Isso é fundamental para a melhoria em quase qualquer empreendimento da vida, embora poucos auto-treinados atletas o façam. Perceba que todos os planos podem ser alterados. O seu não será esculpido em pedra. É preciso alguma flexibilidade para lidar com os muitos fatores que vão entrar em seu caminho. Estes podem incluir um forte resfriado, horas extras no trabalho, viagens inesperadas, ou a visita de familiares ou amigos.

Eu ainda não treinei um atleta sequer que não tenha algo que interfira com o plano. Faça expectativas, mas não fique chateado. Lide com as dificuldades e mude o plano para se ajustar à nova situação.

5. Raramente treine em grupo

Há uma vantagem real para trabalhar em grupo: no período de construção de base, encontrar um grupo que gire em um ritmo confortável; durante a período de intensidade, pedalar  com um grupo que irá desafiá-lo a andar rápido, como quando numa corrida.

Treinamentos de grupo inteligentes e estruturados são difíceis de encontrar. Você pode precisar criar o seu próprio. Fique longe de pelotões grandes que ocupam a estrada e não são seguros. Você quer ficar mais rápido, não ser morto. Use grupos, quando eles podem ajudá-lo. Caso contrário, evite-os.

6. Planeje seu pico

Seu plano de temporada deve levá-lo ao seu pico para os eventos mais importantes. Chamo isso de corridas"A". As corridas "B" são importantes também, mas você não vai confluir as energias e estabelecer um pico para estas, apenas descansar de três a quatro dias antes. Corridas "C" são aprontos para prepará-lo para as corridasA” eB”. O corredor inteligente irá utilizar estas corridas de baixa prioridade para a experiência, ou para a prática de pacing, ou como um contra-relógio para medir o condicionamento físico. Se você estabelecer que todas as corridas serão em nível de prioridade “A”, não espere muito em termos de resultados.

7. melhorar Fraquezas

Que tipo de treinamento que ciclistas com grande resistência, mas sem muita velocidade fazem mais? Você adivinhou, o trabalho de resistência. O que os bons escaladores mais gostam de fazer? Não surpreendentemente, eles gostam de treinar nas montanhas. A maioria dos ciclistas passam muito tempo trabalhando no que eles já fazem bem. Qual é a sua área mais fraca? Pergunte a seus parceiros de treino, se você não sabe. Aposto que eles sabem. Em seguida, dedique mais tempo nessa área.

8. Confiar no seu Treinamento

Poucos de nós confiamos em nosso treinamento, quando chega a hora de corrida. um grande medo com a aproximação do grande corrida de não termos feito o suficiente, então nós treinamos até ao dia da corrida. Eu vi pessoas no dia anterior uma corrida importante sair para uma "longa" ou competir em uma corrida difícil, porque eles acham que vai ajudar.

Leva-se de 10 a 21 dias de trabalho reduzido para o corpo humano estar totalmente pronto para correr, dependendo de quanto tempo e quão duro o treinamento tem sido. Diminua a intensidade antes das corridas grandes e você vai se dar melhor. Confie em mim.

9. Ouça o seu corpo

No início de 1990, eu assisti a uma palestra do ex-chefe do Instituto de Esportes da Alemanha Oriental. Ele descreveu como todas as manhãs, cada atleta se reuniu com um grupo de especialistas: um treinador, um fisiologista, um médico ou enfermeiro e um psicólogo esportivo, por exemplo.

O grupo verificava a disponibilidade do atleta para treinar nesse dia e fez os ajustes necessários para o agendamento. O atleta treinou apenas ao nível que ele ou ela poderia tolerar esse dia. Nada mais. Se você ouvir o que o corpo está dizendo, você vai treinar mais esperto e ficar mais rápido. Ciclistas que treinam de forma inteligente sempre batem atletas que treinam duro.

10. Comprometa-se com suas metas
Depois de definir suas metas, olhar para elas e determinar como elas se relacionam com o seu estilo de vida e de treinamento. Determine se alguma mudança é necessária. Coma alimentos nutritivos, não só para abastecer o corpo para o treinamento, mas também para ajudar a acelerar a recuperação, repor as energias esgotadas e reestabelecer as reservas de nutrientes, e fornecer os alicerces para um corpo mais forte.

Mantenha um diário de treinamento. Registre os detalhes do treino, a percepção de esforço, sinais de stress, os resultados da corrida e análises, sinais de aumento ou diminuição de condicionamento, mudanças, equipamentos e tudo o que descreva a sua experiência diária. A maioria dos atletas também acham que manter um diário os mantém com um foco mais nítido de treinamento e crescimento mais rápido em direção a seus objetivos.

sábado, 26 de novembro de 2011

Crônica de uma escalada



No último domingo (20.11.2011) aconteceu o Desafio Serra de Campos, evento já tradicional do ciclismo amador em sua 10ª edição. Participei em Campos do Jordão com mais 15 intrépidos ciclistas capixabas.

Minha primeira participação em 2009 talvez tenha sido um marco, ainda que obscuro, no ciclismo capixaba, quando propus a 2 amigos o desafio; em 2010 já fomos em 8 participantes. O desafio é simples: pedalar na Serra da Mantiqueira e chegar a Campos do Jordão. Desafio lançado, a parte complicada é enfrentar a serra e vencer o desafio.

Cada desafiante tem a sua história, a minha começa com alguns meses de treinamento específico nas montanhas capixabas; cuidados com a alimentação e suplementação; planejamento, execução e acompanhamento do treino de 5 alunos; motivar outros a nos acompanhar; manter o foco nas atividades profissionais; prover transporte e hospedagem para atletas e familiares; administrar o tempo entre treinos e atividades familiares; não demonstrar cansaço no tempo dedicado à família; deixar a bicicleta super-preparada; ter a bicicleta furtada a 15 dias da corrida; manter o foco; arrumar outra bike; ajeitá-la o melhor possível; superar mais dificuldades; não desesperar; mudar as expectativas para a prova; para enfim relaxar e curtir a viajem.

Na hora da largada se cruzam milhares dessas histórias formando uma colcha colorida de ciclistas e bicicletas que cobrem o pavimento da pequena e pacata São Bento do Sapucaí. A corrida se desenrola e a colcha vai se abrindo, permitindo contemplar a paisagem e a serra que nos aguardam. As histórias agora vão se desenrolando ao vivo, compartilhando o mesmo tempo e agora contrariando as leis da física e os limites do espaço. 3 kilômetros apenas são necessários para que qualquer expectativa caia por terra quando a serra se apresenta de súbito. Inclinações peculiares, para não dizer grotescas. O que se vê parece uma evacuação ante uma catástrofe, que fosse um grande vácuo a sugar tudo nas altitudes mais baixas. 

Parece só haver um lugar seguro: o topo! Gente pedalando apressadamente, outros já fadigados. Uns já empurram as bicicletas, outros param à beira da estrada. Correntes estalando, problemas mecânicos, pneus furados estabelecem a aura de pânico do sofrimento que há de vir. Alarmes sonoros de frequencímetros enlouquecidos deixam sem ofegantes até quem os escuta. Vou passando, tentando manter a calma e poupar as energias. Alguns imprudentes na pressa da fuga vão ao chão. 

A paisagem já não aparece mais; apenas me lembro da Fundação Paiol Grande e de uma Igreja onde a comunidade celebra a Missa. As pernas empurram, o coração aperta. No monitor marcam 6km quando parei pra me aliviar (do jargão ciclístico, urinar). Faltou coragem para retomar o percurso pedalando... coloquei a bicicleta nas costas como um atleta de Ciclocross, e juntei-me à romaria dos empurrantes, aguardando um alívio no terreno que me permitisse retornar aos pedais. Tentei pedalar; depois da primeira curva um posto de hidratação: naquelas condições ou se pedala ou se bebe água. Desclipei e peguei 2 garrafas, encostei a bicicleta numa cerca e bebi calmamente. 

Continuei a empurrar; parecia muito o que imagino ser o purgatório: muita gente carregando o peso das faltas, gente lamentando, maldizendo, murmurando; outros rezando em silêncio, procurando não esquecer que há uma meta. Lembro –me de ter recitado alguns versos do Salmo 50, “Senhor Misericórdia... Lavai-me e ficarei mais branco que a neve”. Avistei e contemplei um cachoeira de uns 50m de queda d’água. Empurrei até o km 11. Não há foto ou vídeo que comprove o que relatei; apenas os testemunhos de outros tantos na mesma situação.

Nos kilômetros que se seguem, exercícios de companheirismo... vou passando e conversando, animando os mais lentos. A coragem reaparece e posso novamente pensar na meta. Aperto mais os pedais, vou acompanhando os que tentam passar mais rápido. Animo-me: agora ninguém mais me passará!

Cruzo a linha final sem lembrar da história por trás da escalada. Já não há mais dor nem sofrimento. A chegada ao Céu poderia ser assim: aplausos e palavras de ânimo. Avisto minha esposa e minha filha. Logo chegam os amigos; uns riem, comemoram. Outro chora, emocionado com a conquista. Um não chega enquanto outro se gaba! Para esses, nossas histórias voltam a acontecer em paralelo novamente. Outras que trancorreram tão perto voltam às suas trajetórias distantes.

A Vitória? Se ela realmente existe, pertence à cada um que alcançou um pouco de sua expectativa. O desafio? Agora é passado! Quando será o próximo?

domingo, 23 de outubro de 2011

O melhor conselho que eu já recebi no Ciclismo


O melhor conselho que eu já recebi no Ciclismo
Pedimos a alguns dos mais experientes ciclistas profissionais do mundo pelo mais importante conselho que receberam durante suas carreiras, que fez a maior diferença ao conduzirem suas bicicletas.

Andy Hampsten, Vencedor do Giro d'Italia em 1988
"Envolva seus polegares em torno de seu guidão Até mesmo alguns profissionais põem os seus polegares ao lado de seus dedos em cima da barra quando não estão correndo pra valer Mas os acidentes parecem acontecer com mais freqüência quando as pessoas estão relaxadas do que durante os momentos intensos de uma pedalada Use o seu polegar como um gancho, e você terá uma melhor chance de manter o controle durante acidentes estúpidos. "
 
Chris Baldwin, Campeão Americano de Contra-relógio em 2003 e 2005
"Quando eu tinha 13 anos, o meu patrão em uma loja de de bicicletas me disse que quando ele estava correndo, a sua parte superior do corpo estava tão relaxada que o lábio inferior poderia sacudir com a vibração da estrada. Até hoje, quando eu corro contra-relógio ou escalo eu relaxo o meu rosto e meu corpo tende a seguir. "

Dave Zabriskie, 6 vezes Campeão Americano de Contra-relógio e 2 vezes vencedor de Estágio do  Tour de France
"Frank McCormack me mostrou como secar minhas roupas. Ele colocou uma toalha seca, então ele colocou a roupa molhada sobre a toalha depois que ele lavou. Enrolou a toalha para cima, então pisou sobre ela, e finalmente apertou-a tão difícil quanto podia. Depois disso, você tem que pendurar suas roupas por apenas um pouco mais anté que estejam secas. "


Kimberly Bruckner, 4 vezes Campeã Americana de Contra-relógio e Medalhista de Ouro no contra-relógio no Pan de 2003
"Sempre usar luvas. Eu tinha um companheiro que nunca fez, e suas mãos pareciam que tinham 80 anos de idade. Se eu me esquecer as luvas, eu não posso iniciar uma corrida até encontrar um par extra. É justamente a minha questão. "

Christian Vande Velde, Top 10 no Tour de France de 2008 e 2009
"Lembre-se que todos os outros corredores são humanos Eles treinam, eles sofrem, eles sangram, choram. Eu obtive esse conselho do meu pai - eu tive o luxo de ser o filho de um ex-ciclista profissional - quando eu era um assustado e intimidado Juvenil, correndo contra garotos da Califórnia, Flórida e Nova York, e vendo placas de pessoas de 2.000 milhas de distância. "

Freddie Rodriguez, 3 vezes Campeão Americano
"Acredite. Meu pai correu nos anos 50, e cresceu na Colômbia, onde eles usaram este material para a energia chamada panela. É como açúcar mascavo que foi aquecido. Ele me disse que eu tinha que usar o material. É só açúcar mascavo , mas eu acreditava, "é isso," então realmente funcionava. Acreditar em algo e ficar com ela. "
  
Christine Thorburn, Campeã Americana de Contra-relógio em 2004
"Planejar com antecedência para mudanças de marchas em subidas. Se você colocar toneladas de pressão sobre os pedais, quando você muda, você pode ficar preso em uma engrenagem ou cair sua corrente."


Tim Johnson, 3 vezes Campeão Americano de Ciclocross
"Foi-me dito por um amigo muito próximo, muito mais velho do que eu, para ouvir a todos e não acreditar em ninguém -. O que basicamente significa que você tem que descobrir as coisas por si mesmo"
  
Ivan Basso, Vencedor do Giro di Italia em 2006 e 2009
"Comer cedo, dormir cedo. Não comer comida ruim."

Bjarne Riis, Vencedor do Tour de France em 1996, Proprietário da Saxo-Bank/Sungaard
“Sofra. Se sacrifique.”

Jens Voigt, Vencedor de 3 Estágios no Tour de France
"Eddy Merckx disse: 'Ataque quando dói porque você sabe que vai fugir.' Eu apenas tento continuar fazendo isso. "
 
Frankie Andreu, concluiu 9 vezes o Tour de France
"Tire uma soneca todos os dias. É a parte mais importante do treinamento. Eu cochilava todos os dias. Ele fez a diferença em cada sessão de treinamento."

Mari Holden, Campeã Mundial de Contra-relógio em 2000  e Medalhista de Prata nas Olimpíadas  de Sydney 2000
"Eu acho que o conselho mais importante que recebi foi mais como uma diretriz de meus pais, e que era para usar o meu capacete. Eu era um rebelde naquela época e seria capaz de escondê-lo nos arbustos fora da minha casa, mas como o passar dos anos eu comecei a usar meu capacete o tempo todo, e agora eu me sinto nua sem ele. tive alguns acidentes muito sérios ao longo dos anos e sempre fui grata por estar usando o meu capacete. "



Fonte: www.bicycling.com

Palavras de Sabedoria – por Chris Carmichael


Palavras de Sabedoria – por Chris Carmichael


"Você não pode ganhar se você não Sprintar"
Meu primeiro treinador me disse isso quando eu tinha nove anos de idade. Eu virei a curva final do circuito em uma boa posição para ganhar, mas em vez de sprintar segui na roda dos outros corredores e terminei em terceiro.
Colocando em prática:
Seu salto inicial é fundamental para ganhar um sprint. Se você começar em um pinhão muito grande, vai demorar mais tempo para chegar até a velocidade máxima. Começar em uma engrenagem um pouco mais fácil para que você possa acelerar rapidamente, em seguida, mudar para engrenagens maiores para te impuylsionar para a linha de chegada.

."Nunca esqueça o Homen que está por trás do Atleta"
Esta afirmação é de Edmund Burke, PhD, o fisiologista do exercício de renome. Ele sabia que, concentrando-se unicamente na ciência do esporte, você perde contato com uma parte vital do desempenho: a paixão. Atualmente eu vejo ciclistas que não podem desfrutar de um passeio que não gera números e que têm dificuldade para medir o seu esforço, sem um dispositivo.

Colocando em prática:
Pelo menos uma vez a cada 2 meses, faça um pedal longo com os amigos que não envolva uma taxa de inscrição, um número de corrida, ou um monitor de freqüência cardíaca.

"Separe Nutrição De Hidratação"
Bebidas esportivas geralmente fornecem tanto calorias para energia como eletrólitos (principalmente sódio) que ajudam a equilibrar controle de fluidos. Mas, como Brian Vaughan, CEO da Gu, uma vez me explicou, no momento em que você ingeriu o suficiente para satisfazer as suas necessidades de hidratação, você pode ter tomado mais calorias do que você precisa ou pode digerir. Por outro lado, se você beber apenas o suficiente para satisfazer as necessidades calóricas, você pode não ter ingerido líquido suficiente.

Colocando em prática:
Para hidratação, goles de água ou um repositor eletrolítico (normalmente menos calórica do que uma bebida esportiva);para o estoque energético, conte com comida ou bebida esportiva. Tomar 500 a 700mg de sódio de alimentos e bebidas por litro de líquido.




fonte: http://www.bicycling.com/training-nutrition/chris-carmichael/words-wisdom?cm_mmc=Twitter-_-Bicycling-_-Content-Story-_-words-wisdom

sábado, 15 de outubro de 2011

Caçafoicice crônica

Caçafoicice crônica



Caçafoice é aquele sujeito que, por inexperiência, imprudência ou falta de talento, vive se expondo a perigo em cima de uma bicicleta: ignora as leis do trânsito, perde o equilíbrio quando vai beber água, não sinaliza seus movimentos, não respeita veículo ou pedestre, cai sozinho. Está, enfim, a todo instante, pedindo para ser levado pela Foiçuda — daí o nome.
É fácil reconhecer o caçafoice. Ele não usa capacete (ou o usa alto demais na cabeça), anda na contramão, pedala desavisadamente em lugares pouco recomendáveis, não dá a devida manutenção na bicicleta, xinga o motorista do carro quando se assusta. O caçafoice quase sempre começou a pedalar anteontem, mas gosta de aconselhar, dar explicações, contar histórias, demonstrar conhecimento.
Por falta ou por excesso, o caçafoice sempre peca. Ou está rindo muito, sinal de deslumbramento ou nervosismo, ou fazendo cara de mau, sinal de auto-afirmação — nunca está apenas tranqüilo. Ou não leva água e comida suficientes, passando sede, passando fome ou incomodando os demais com pedidos, ou leva uma imensa mochila com provisões para uma semana, quando uma banana ou uma barrinha de cereal teriam bastado.
Quando em grupo, o caçafoice prefere andar bem na frente ou bem atrás, nunca simplesmente no meio. Bem na frente vai o caçafoice bobo, iludido, querendo comunicar a todos que está forte e bem preparado, e que poderia estar andando mais rápido, não fosse o grupo; bem atrás vai o caçafoice consciente, evitando trair sua condição com barbeiragens involuntárias no meio do pelotão. Os do primeiro tipo, porém, costumam terminar os treinos com os do segundo tipo, porque se desgastam demais no começo, e sua pilha acaba.
A mulher do caçafoice sabe que seu marido não é um talento nato, pois há muitos indícios dentro de casa. O banho do caçafoice é demorado, porque ele chega em casa com uma corrente de graxa tatuada na panturrilha direita. Se houve algum furo de pneu, estarão imundas suas mãos e onde mais tenham elas encostado: testa, braços, pescoço, orelhas. O marido caçafoice gasta muito dinheiro na loja de bicicletas, mas raramente é para trocar seu equipamento por outro superior; normalmente, gasta-o com bugingangas — espelhinhos, faroletes, bolsinhas, cadeados, buzinas, garrafas térmicas, garrafas com canudos — ou com serviços muito simples que poderia ele próprio fazer. A mulher do caçafoice cuida do marido quando ele se rasga, se arranha ou se queixa de dores estranhas, mas evita pedir muitos detalhes — ela sabe que a culpa nunca foi dele.
Hoje conheci um belo espécime. Caça legítimo. Eu estava voltando do treino, às 7h da manhã, fazendo o trajeto da Estrada das Canoas à Mesa do Imperador, quando avistei o sujeito empurrando uma bela mountain bikede carbono. Parei, ofereci ajuda. Ele me pediu uma bomba, seu pneu traseiro estava arriado. Perguntei se não preferia trocá-lo, se ele tinha câmara-de-ar. Disse-me que tinha câmara, sim, mas que preferia apenas enchê-lo um pouco, o bastante para chegar em casa. Se precisasse, tornaria a enchê-lo em algum posto de gasolina, na rua Jardim Botânico.
Feito, agradeceu e saiu em disparada. Guardei a bomba, continuei, e logo estava novamente a seu lado. “Não é contra o relógio, é contra o vazamento de ar”, ele justificou, com esse trocadilho infame, nosso reencontro. Seu pneu estava novamente baixo. Sugeri que parássemos na Vista Chinesa para trocá-lo de uma vez. “Mas você tem a habilidade?” — perguntou. “Tenho”, respondi, “mas você tem câmara, né?” Ele tinha.
Paramos na Vista. O Rio de Janeiro, lá embaixo, estava sensacional. Não deve ter sido difícil escolher a sede das Olimpíadas de 2016. Difícil foi soltar o pneu da roda do caça. Acho que ele nunca tinha trocado aquele pneu na vida. Havia uma espécie de cola, uma gosma maligna dentro do pneu, grudando o pneu no aro, a câmara no pneu, a fita na câmara. Que lenha! Ele explicou que aquilo era um produto que ele costumava usar num outro pneu, do tipo sem câmara, mas que acabou usando naquele ali também. Com apenas uma espátula (a que eu tinha, mais do que suficiente para os pneus da minha speed), foi tarefa complicada.
Quis ser didático, e ele parecia interessado. Expliquei que devemos encher ligeiramente a câmara nova, antes de colocá-la no pneu, para evitar que ela dobre. Fiz o que disse, mas reparei que o ar escapava da nova câmara, mesmo com o pino devidamente fechado. Localizei o furo. Os furos. A câmara “nova” tinha dois belos furinhos, e seria impossível enchê-la. Como ele não tinha outra, sugeri que colocássemos de volta a câmara velha, que estava, por assim dizer, menos furada. Pelo menos poderíamos enchê-la de quando em quando, até chegar à civilização.
O pino da câmara velha, porém, enferrujado e ressecado, se partiu ao menor contato com a bomba. Restavam duas possibilidades. Uma: usar a minha câmara, para pneus maiores que os dele (aro 700 contra aro 26). A outra: estratégia MacGyver, enchermos o pneu de mato.
Vinham chegando ao local, no entanto, dois outros mountain bikers. Sugeri ao caça do pneu furado que tentasse desenrolar com eles, que lhes perguntasse se lhe venderiam uma câmara pelo preço justo de, sei lá, dez, quinze reais. O caça não tinha dinheiro — era um caça imprevidente! O que fiz foi pedir, eu mesmo, uma câmara em doação. Um dos mountain bikers disse que tinha quatro câmaras (que exagero! Um caça do outro tipo!) e que não se importaria em nos ceder uma. Nesse meio tempo, porém, o caça original tinha conseguido encher a câmara antiga, a do pino quebrado, e ela parecia estar esvaziando muito lentamente, mesmo com furo e sem pino. Vendo isto, ele recusou a câmara do mountain biker e disse que colocássemos aquela mesma. Fiz o que ele pediu. Então, surtado, saiu em disparada.
Fiquei um tempo na Vista, conversando com os dois mountain bikers e com outras pessoas que lá chegaram. O assunto era justamente a beleza do dia e da cidade, e a facilidade da escolha para 2016. Na despedida, um deles falou: “Aposto que o outro está lá pela cachoeira com o pneu vazio de novo. Devia ter aceitado a câmara.”
Não deu outra. Na cachoeira, bem no meio da descida, ele empurrava a bicicleta. Encostei novamente e emprestei-lhe a bomba — na verdade enchi para ele o pneu, pois ele estava com “lombalgia”. E repetiu-se a cena duas ou três vezes até que chegamos à rua Jardim Botânico.

Agora, ele estava seguro. E, seguro, estava feliz. Não há nada como um caçafoice feliz! E que fez ele então? Claro, saiu em disparada.
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Texto postado originalmente no blog:http://www.cronicasdebicicleta.com por Vinícius de Sá.