sábado, 27 de junho de 2015

Stress e Esporte - combinam?

Essa semana fui bombardeado por posts e relatos sobre “stress” e suas consequências desagradáveis nas rotinas de amigos e conhecidos. E eis que já pensava há algum tempo sobre o assunto.
Primeiramente, você sabe o que é Stress? Muita gente faz confusão. E parece que agora com a crise econômica as pressões individuais se multiplicam e está posto o quadro propício para a proliferação de diagnósticos de stress.


O dicionário Aurélio que nos diz que o estresse (em bom português) é "o conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras capazes de perturbar a homeostase" (equilíbrio).
Photo Credits: Erik Coser

Tenho dito e insistido que o “Equilíbrio” deva ser sempre o objeto da busca pessoal de cada um não importa o campo de atividade: Religião, trabalho, esporte, etc. Medos, compulsões, manias, falta de foco, problemas de identidade, contribuem para o desequilíbrio e o desequilíbrio é o retrato de que tem algo muito errado na individualidade.


Stress como opção


Eu defino o Stress como uma opção pessoal de permanecer incomodado e desequilibrado. Uma opção de valorizar aspectos pessoais imperfeitos que cada um passa a se identificar ao invés de se desafiar na busca do caminho de evolução. Está claro e aberto que toda forma de religião ou corrente filosófica busca a perfeição a partir da evolução das qualidades individuais, que você as tenha ou não. Ansiedade, egoísmo, avareza, exagero, ganância,  egocentrismo, vaidade não estão em quaisquer lista de qualidades a serem desenvolvidas. Quando negamos evitar essas características, negando o seu controle e assim nos especializando nelas, assumimos a opção por um caminho muito pedregoso.


Stress x sobrecarga


Muita gente confunde Stress com sobregarga; confunde stress com semana de provas, entrega de projeto, períodos cronológicos de intensidade física e mental. Esses períodos geram stress, não são o stress. Nessa confusão vamos nos submetendo e expondo cada vez mais aos fatores que geram o stress. Sobreviver a períodos de crise cria a falsa percepção de vitória sobre eles e cria uma supervalorização pessoal: nos gabamos de passarmos por momentos com cada vez mais sobrecarga, escondemos nossas insatisfações, maquiamos a situação sem contudo aprendermos as lições que conduzem à evolução.


Stress como reflexo de prepotência


A falsa imagem pessoal de “vencedor nas situações extremas” leva a subestimar o efeito que esses períodos geram em nosso comportamento, rotina e finalmente, em nossa fisiologia: o stress. Alterações de peso e composição corporal (sobrepeso, obesidade), frequência cardíaca e pressão arterial, diabetes e descompassos hormonais, síndrome metabólica, esteatose hepática, disfunção sexual, alergias, intolerâncias alimentares etc. Pensamos que estamos no comando mas estamos à mercê das nossas más opções. É preciso admitir a impotência diante do desequilíbrio.


Stress x Esporte


O próximo bert-seller relativo à saúde e esporte, o Livro do Dr. Dráuzio Varela “Correr” tem levantado interesse por uma suposta afirmação (eu não li o livro) de que a corrida é um poderoso “anti-depressivo”. Enquanto não tenho acesso ao contexto da afirmação, permito-me discordar efusivamente da afirmação. Sou praticante de esportes há 28 anos, Ciclismo me dá prazer, corrida não! Não dá pra generalizar os efeitos de substâncias estimulantes provenientes da atividade física. Dopamina, adrenalina, melatonina… não funcionam com todo mundo da mesma maneira. Os efeitos são momentâneos, restritos a pouco mais do que o “momento treino”. Se não há uma busca pelo equilíbrio, o momento passa. Passado o efeito bioquímico volta-se à realidade de dificuldade, incompreensão e desequilíbrio. O Esporte pode sim ser instrumento de superação dos momentos de crise, mas há de se ter uma disposição de buscar qualidades, e desenvolver as qualidades que irão mudar a predisposição ao stress. Afirmações como “o esporte tira o meu stress” servem para criar uma falsa compreensão pessoal do que a prática de atividade física pode proporcionar: por um lado cria condicionamento para postergar os efeitos da sobrecarga; mas por outro lado não modifica os eventos causadores nem a estrutura mental que sofre e aceita toda a pressão.
Outro evento é que algumas pessoas “sob pressão” e com stress instalado carregam para a atividade física todo o modelo inequalizado: ansiedade, medo, irritação, intolerância, vitimismo, necessidade de reconhecimento, comportamentos anti-sociais, etc, desequilibrando os novos ambientes e as pessoas que passam a conviver.
O esporte não é terapia! Professor de Esportes, Fisioterapeuta, Nutricionistas e outros profissionais envolvidos não são terapeutas; podem ter até alguma sensibilidade para isso, mas também seus objetivos profissionais que os direcionam para além de terapias. Vamos manter o esporte em sua vocação: condicionamento, saúde ou competição e convívio social saudável.
Quanto a você que está “stressado”, reveja toda a estrutura construída a seu redor e marque os pontos que você precisa evoluir ou abandonar; estabeleça condições ideais, eleja valores, determine metas pessoais de evolução sem esquecer de determinar os seus limites. E vá fazer atividade física, para quando você sair dessa seu organismo recuperar a máquina magnifica que você foi dotado e então estabelecer novos limites para transpor! UP!

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Diante de um grande desafio

Quando você escolhe uma tarefa desafiadora, uma profissão incomum, um objetivo audacioso ou um desafio monumental, nem todos os caminhos estarão abertos. Digo isso num campo amplo que inclui recursos, know-how, nível de empenho, network, o caminho a percorrer e a atitude mental necessária. Você entrará numa senda onde poucos do seu convívio percorreram, estará a partir de então desbravando, assumindo o pioneirismo, você se torna também desafiador, incomum, audacioso e monumental. Imagine o que é para um catador de papel alcançar uma graduação; e há muitas situações em escalas similares, e alguns de nós podem se encontrar hoje nessa posição de precisar dar um próximo passo, que para você é inevitável (pela necessidade ou pelo ímpeto), mas que o consenso à sua volta considera um passo maior que as pernas.
Pensemos em alguém, grande, vencedor, campeão. Quais qualidades, caminhos, atitude mental essa pessoa lançou mão para suas vitórias? Coragem, capacidade de trabalho em equipe ou para receber orientação, um espírito indomável, uma vontade incomum, preparação, técnica, maior ou menor recurso financeiro, determinação, escolhas, renúncias e sobretudo equilíbrio entre essas qualidades que sem equalização nos deixariam malucos.
No que depender de nossas vontades vamos se preciso abrir os caminhos necessário sem fugir da luta! UP!