APTR Ilha Grande
Pensa num lugar longe... lindo, selvagem, bucólico,
multiracial e multinacional. Ilha Grande!
Hoje participei da APTR Ilha Grande, 21km nesse paraíso
de praias, subidas, mata exuberante, trilhas cabulosas. Podemos considerar a
Alcatraz nacional, porque abrigou uma unidade prisional famosa, não tão
inespugnável quanto à americana.
Mas vamos à prova; largada forte, 2km em 10min numa
corrida de montanha. No terceiro kilômetro começamos a subir e já estavamos um
primeiro pelotão destacado para uns 4km de subida dura. Destaque para o nível
dos competidores, pois nesse grupo não vi ninguém andando nesse trecho. Éramos 10
da turma dos 12km mais uns 20 dos 21. Uma breve parada para uma coca-cola no km
5.5, uma selfie num belo spot e toca subida.
Nesse trecho compartilhávamos a estrada com diversos
turistas, na sua maioria estrangeiros e entre expressões de ânimo como “allez”,
“go, go” e “very well”, toca subida. Sob revoadas de maracanã (eu acho)
descemos até o Presídio, uma passada numa bela e deserta praia (a areia
desanimou alguns desavisados nos seus cerca de 500m de extensão), mais uma
parada para hidratar e refrescar-se com água gelada, toca subida. E aí, sob um
so de mais de meio dia o povo começou a sofrer. Uma turma que havia me passado
no longo trecho de descida e já no trecho da praia estava com uma vantagem de
300m foi ficando mais perto. Tentei fazer todo o percurso numa tocada
confortável e constante, e naquele “passinho” fui já me recolocando e enquanto
finalmente esse grupo começava suas caminhadas e trekings fortes, fui colocando
vantagem. Toca subida.
Nesse trecho numa amistosa briga, mais com o caminho que
pessoal, alternava posições com um guerreiro que posteriormente descobriria ser
o terceiro da nossa categoria. Comecei a descida na frente e 1km após preferi
não parar no posto de abastecimento onde o percurso entrava numa trilha. Um tropeção
nos primeiros 10m ligou um alerta de cãibra; parei, alonguei, aumentei a
cautela e abri passagem para três companheiro, entre eles meu “adversário”. Após
a trilha selvagem, entramos numa trilha quase urbana, num numa viela cimentada entre
casas muito simples. A criançada local fazia o seu “cheering” entre gritos de
apoio e mãozinhas para bater.
Nesse momento dá um orgulho pessoal por
contribuir com um exemplo positivo à esses pequenos, que fique para eles o
estímulo de buscar no caminho do esforço a consecução das suas conquistas; toca
descida. Ao fim da viela, demos numa extremidade da praia do Abraão e só
restava chegar à outra ponta da praia, entre cadeiras de praia, rodas de
altinha, mesas dos bares, uma foz de riacho, a vila, o cais, a turistada ora
olhando com espanto, ora manifestando apoio com sorrisos e acenos.
Chegada
forte, pernas boas, sem dores nem cãibras numa prova difícil mas não tão dura
quanto os treinos e uma certeza: temos no Espírito Santo cenários tão ou mais duros
dos que encontramos nas melhores provas do Brasil!
Vamos conquistar essas montanhas,
no ES tem montanha sim senhor!
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